A universalização do saneamento básico nos estados da Amazônia Legal tem o potencial de gerar benefícios socioeconômicos líquidos da ordem de R$ 329,6 bilhões até o ano de 2040.
A estimativa é parte de um estudo inédito divulgado nesta terça-feira (16) pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a Ex Ante Consultoria.
De acordo com a pesquisa, ampliar o acesso à água potável, coleta e tratamento de esgoto na região trará impactos positivos profundos e multifacetados, melhorando indicadores de saúde pública, impulsionando a produtividade econômica, fomentando o turismo e contribuindo decisivamente para a preservação ambiental.

A Amazônia Legal, que abrange os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, reúne 772 municípios e uma população de 26,6 milhões de habitantes, aproximadamente 13% dos brasileiros.
Apesar dos avanços registrados desde a virada do milênio, o cenário atual do saneamento na região permanece crítico.
Dados de 2022 mostram que mais de 9,4 milhões de pessoas ainda viviam sem acesso à água tratada e 21,9 milhões não tinham coleta de esgoto.
O tratamento do esgoto gerado é ainda mais alarmante: apenas 16,8% do volume é tratado antes de retornar à natureza.
Isso resulta no despejo anual de 851 milhões de metros cúbicos de esgoto não tratado diretamente nos rios da Amazônia.
Retorno Superavitário

O valor em benefícios calculado pelo estudo representa o saldo líquido entre os ganhos e os custos sociais envolvidos na universalização. A projeção detalha:
- Benefícios Diretos: R$ 273,7 bilhões, provenientes de renda gerada pelos investimentos, atividades do setor de saneamento e impostos sobre a produção.
- Redução de Perdas: R$ 242,9 bilhões, economia com despesas de saúde, ganhos de produtividade no trabalho, valorização imobiliária e incremento na renda do turismo.
- Custos Sociais: R$ 186,5 bilhões, referentes aos investimentos necessários em infraestrutura e ao aumento de despesas das famílias com as tarifas de água e esgoto.
Para Luana Pretto, presidente do Instituto Trata Brasil, os números vão além da economia.
“O ganho de R$ 330 bilhões oferece a oportunidade de recuperar áreas degradadas pelo despejo irregular do esgoto e, principalmente, de melhorar a qualidade de vida e o bem-estar dos povos tradicionais e das populações em situação de vulnerabilidade que habitam a região, além de influenciar positivamente todo o ecossistema brasileiro”, afirmou.
“Definitivamente, alcançar o acesso pleno dos serviços básicos nessa região mudará a vida de milhões de pessoas, garantindo saúde, dignidade e o desenvolvimento próspero das futuras gerações”, completou.
Legado Pós-Universalização: Ganhos se Multiplicam após 2040
O estudo projeta que os benefícios não se esgotam em 2040. Após a conclusão da universalização, os ganhos acumulados devem saltar para R$ 972 bilhões.
Esse montante representa um retorno extraordinário de R$ 5,10 para cada R$ 1,00 investido em saneamento – um índice superior à média esperada para o Brasil como um todo.
Os maiores ganhos líquidos percentuais estão concentrados nos estados do Pará (30,4%), Maranhão (19,1%) e Mato Grosso (16,1%).
No entanto, quando analisado o benefício por pessoa, os destaques são Rondônia (R$ 1.049 por habitante), Acre (R$ 894) e Amazonas (R$ 817).
Entre as capitais, Rio Branco (AC) lidera o ranking de retorno por habitante, com R$ 735,93, seguida por Porto Velho (RO), com R$ 706,14, e Macapá (AP), com R$ 650,65.
As demais capitais também apresentam retornos significativos: Belém (PA) com R$ 461,60; Manaus (AM) com R$ 384,79; São Luís (MA) com R$ 341,16; Cuiabá (MT) com R$ 217,64; Palmas (TO) com R$ 157,53; e Boa Vista (RR) com R$ 87,83.
Com informações da Agência Brasil*
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