BRASIL – Após forte pressão política e repercussão negativa, o grupo francês Carrefour emitiu nesta terça-feira (26) uma retratação oficial dirigida ao mercado frigorífico brasileiro e às autoridades do país. A polêmica teve início na semana passada, quando Alexandre Bompard, CEO global do Carrefour, anunciou em suas redes sociais que a empresa deixaria de comercializar carnes provenientes do Mercosul — bloco que inclui Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
A declaração gerou uma reação imediata do governo brasileiro, que exigiu uma retratação formal. “O movimento de prestigiar os produtores franceses é legítimo. O problema é quando ele fala em não cumprimento de regras sanitárias. Aí não aceitamos. Eles compram a carne brasileira há 40 anos”, afirmou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em entrevista ao G1.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), também criticou duramente a postura de Bompard durante sua fala no evento CNC Global Voices, promovido pela Confederação Nacional do Comércio. “Não é possível que o CEO de um grupo importante como o Carrefour não se retrate de uma declaração de praticamente não contratar as proteínas animais advindas e oriundas da América do Sul. O Brasil, como Congresso Nacional, empresários e população, tem que dar uma resposta clara”, disse Lira.
Nota Oficial do Carrefour
Diante da repercussão, o Carrefour divulgou um comunicado no qual reforça o compromisso com a qualidade das carnes brasileiras. A nota, assinada pela assessoria de comunicação do grupo, afirma que a empresa reconhece a “grande qualidade” da carne dos frigoríficos nacionais e que continuará priorizando o mercado brasileiro em suas operações.
“Temos orgulho de ser o primeiro parceiro e promotor histórico da agricultura brasileira. Conhecemos melhor do que ninguém os padrões que a carne brasileira atende, sua alta qualidade e seu sabor”, diz o texto.
Com a retratação, o grupo tenta reparar os danos causados pela declaração inicial, em meio a uma crise que expôs tensões entre o protecionismo europeu e os interesses comerciais do Mercosul.
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