Mundo – Uma decisão da Justiça brasileira desencadeou tensões diplomáticas neste domingo (5), após o parlamentar israelense Dan Illouz publicar ameaças ao Brasil na rede social X. A reação ocorreu após a determinação de que a Polícia Federal (PF) investigasse Yuval Vagdani, soldado das Forças de Defesa de Israel (FDI), suspeito de crimes de guerra na Faixa de Gaza.
Em sua publicação, Illouz afirmou: “O Brasil se tornou um Estado patrocinador de terroristas. Em vez de perseguir terroristas, ela persegue um soldado das FDI – um judeu que sobreviveu a uma cozinha brutal e protege o seu povo. Uma pena que não será perdoada.” Ele complementou: “Israel não ficará de braços cruzados diante da perseguição de seus soldados, e se o Brasil não corrigir seus hábitos, pagará um preço.”
A decisão judicial que gerou a polêmica foi resultado de um pedido da Fundação Hind Rajab (HRF), que acusa Vagdani, membro do 432º Batalhão das Brigadas Givati, de envolvimento em crimes de guerra. A Fundação se apresenta como uma entidade voltada à justiça contra violações dos direitos humanos e crimes de guerra supostamente praticados por Israel contra os palestinos.
Yuval Vagdani estava no Brasil desde dezembro de 2024, de férias com amigos em Morro de São Paulo, na Bahia. Após a decisão judicial que iniciou sua investigação pela PF, ele deixou o Brasil na manhã deste domingo, antes que pudesse ser interrogado.
Contexto e Reações
A decisão judicial ocorre em um contexto de crescente atenção global às operações militares israelenses na Faixa de Gaza. Para a HRF, a investigação representa um esforço para responsabilizar indivíduos por violações de direitos humanos. Já para Israel, a decisão é vista como uma ameaça à soberania de seus militares.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil ainda não se manifestou sobre as declarações de Illouz. No entanto, o episódio pode aumentar as tensões diplomáticas entre os dois países, que possuem uma relação historicamente marcada por períodos de colaboração e divergências políticas.
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