Brasil – Nesta quarta-feira, 8 de janeiro de 2025, completam-se dois anos dos atos golpistas que chocaram o Brasil e o mundo. Naquela tarde de domingo, manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, em um ataque sem precedentes à democracia brasileira. Entre os locais mais atingidos, o Supremo Tribunal Federal (STF) sofreu danos que, segundo o relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), custaram R$ 11,41 milhões aos cofres públicos, valor superior ao registrado no Palácio do Planalto, Senado e Câmara dos Deputados juntos.
O ministro Gilmar Mendes, decano do STF, relembrou o impacto emocional e histórico do episódio em uma entrevista recente. “Uma boa parte da minha vida está associada ao Supremo. É como se uma fotografia ou um filme da minha vida tivesse sido rasgado”, afirmou. Mendes, que está na Corte desde 2002, revelou ter chorado ao ver o plenário destruído e ainda molhado no dia seguinte ao ataque.
“Raiva intrínseca” e manipulação
Para Gilmar Mendes, os atos de vandalismo foram mais do que uma demonstração de desordem; eles simbolizaram uma manipulação das massas. “A gente percebe, pelas cadeiras arrancadas, pelos danos que causaram, que havia uma raiva intrínseca que foi, de alguma forma, manifestada nessas agressões. Isso talvez seja fruto deste envenenamento da opinião das pessoas”, disse o ministro.
Ele acredita que o STF foi transformado em um alvo por discursos inflamados e distorções sobre seu papel institucional. Um exemplo citado foi a atuação da Corte durante a pandemia de covid-19, quando o tribunal decidiu pela constitucionalidade da vacinação compulsória e garantiu a compra de vacinas, mesmo diante do negacionismo que dominava parte do cenário político na época.
A herança dos ataques
Além da destruição física, o ataque de 8 de janeiro deixou marcas profundas na memória democrática do Brasil. “São intervenções absolutamente legítimas, evitando que houvesse abusos aqui que agravassem ainda mais a situação da saúde na pandemia”, afirmou Mendes, ressaltando o papel decisivo do STF em crises recentes do país.
Dois anos depois, o episódio continua sendo um divisor de águas na história política brasileira, reforçando a necessidade de vigilância contra discursos de ódio e manipulações que buscam desestabilizar as instituições democráticas.
Com informações da Agência Brasil*
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