BRASIL – O governo federal alerta que a alta nos preços dos alimentos, somada aos gastos com habitação e transporte, está comprometendo o orçamento de famílias beneficiárias do Bolsa Família, aumentando o risco de insegurança alimentar. A informação consta no 3º Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (2025-2027), divulgado no Diário Oficial da União na quarta-feira (5). O documento, elaborado pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Social, estima que 1,3 milhão de famílias atendidas pelo programa ainda não superaram a linha da pobreza e permanecem vulneráveis à falta de acesso regular a alimentos.
Segundo o plano, a inflação dos alimentos é um dos principais fatores que agravam a situação dessas famílias, reduzindo seu poder de compra e afetando tanto a quantidade quanto a qualidade da alimentação. O texto destaca que, embora políticas de garantia de renda e a manutenção de altos níveis de emprego sejam essenciais para melhorar a renda disponível, é fundamental controlar a inflação dos alimentos para evitar que o aumento dos preços comprometa ainda mais a capacidade de compra das famílias mais pobres.
O documento também chama atenção para o impacto dos preços na qualidade da alimentação. Alimentos ultraprocessados, geralmente mais baratos, tendem a ser mais acessíveis, o que pode levar a padrões alimentares menos saudáveis, especialmente entre as populações de baixa renda. A Caisan ressalta que a preocupação com o controle da inflação de alimentos é urgente, dada a influência direta nos hábitos alimentares e na saúde da população.
Reunião com setor produtivo
Diante do cenário de alta dos preços, o governo tem buscado medidas para conter a inflação dos alimentos. Nesta quinta-feira (6), o vice-presidente Geraldo Alckmin se reuniu com representantes do setor de alimentos, incluindo produtores de proteína animal, óleos, açúcar e empresários do ramo de supermercados. Participaram também integrantes dos ministérios da Agricultura, Casa Civil, Desenvolvimento Agrário, Fazenda e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Compromisso com o combate à fome
O 3º Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional reitera o compromisso do governo federal de retirar o Brasil do Mapa da Fome até 2026. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgados no ano passado mostram que, embora a fome tenha diminuído no país, ainda afetava 14,3 milhões de brasileiros em 2024. O plano estabelece 18 estratégias e 219 iniciativas voltadas à segurança alimentar e nutricional, com foco no combate à fome na Amazônia e nos impactos das mudanças climáticas no direito humano à alimentação adequada.
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