MUNDO – Nesta segunda-feira (5), o candidato da oposição venezuelana, Edmundo González, divulgou uma carta na qual se proclama presidente eleito, desafiando o anúncio oficial do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que declarou a vitória de Nicolás Maduro. Segundo aliados de González, ele venceu as eleições realizadas no último dia 28 de julho, com 67% dos votos, enquanto Maduro teria obtido apenas 30%. A oposição possui pouco mais de 80% das atas eleitorais que afirmam corroborar essa vitória.
Disputa Eleitoral e Apelo às Forças Armadas
A carta, assinada por González e María Corina Machado, que se autodenomina “líder das forças democráticas na Venezuela”, apela às Forças Armadas para que se descolem do regime de Maduro e respeitem a vontade popular. “Fazemos um chamado à consciência dos militares e policiais para que se coloquem ao lado do povo e de suas próprias famílias”, diz o documento. A oposição não pretende formar um governo paralelo, mas sim iniciar uma transição de poder pacífica.
Resposta do Regime e Abertura de Investigação
Pouco após a divulgação da carta, o Ministério Público venezuelano, comandado pelo chavista Tarek Saab, anunciou a abertura de uma investigação contra González e María Corina. Eles são acusados de difusão de informações falsas, associação para delinquência, conspiração, instigação à insurreição e usurpação de funções presidenciais. Lideranças chavistas têm pedido a prisão de ambos, e a declaração desta segunda-feira parece fornecer o pretexto necessário para formalizar um processo judicial.
Reação Internacional e Contexto Pós-Eleitoral
Diversos países, incluindo os Estados Unidos, já reconheceram González como o vencedor das eleições. Brasil, Colômbia e México pedem que o regime publique os dados desagregados das eleições para permitir uma checagem cidadã. A carta enviada aos militares e policiais destaca a legitimidade da vitória da oposição e oferece garantias àqueles que cumprirem seu dever constitucional, embora afirme que “não haverá impunidade”.
Repressão e Prisões Pós-Eleitorais
Desde o final da votação, a repressão a protestos e manifestações tem sido intensa. A ONG Foro Penal relatou que 1.010 pessoas foram presas após as eleições, incluindo 91 menores de idade, muitas das quais sem acesso a defesa judicial. Os opositores acusam o regime de Maduro de usar a repressão para silenciar dissidências e manter seu controle.
Conclusão
A carta de González e María Corina representa o mais claro desafio ao regime chavista desde a eleição. Eles clamam por uma transição pacífica e pela defesa da vontade popular expressa nas urnas. O desenrolar dessa crise política depende agora da resposta das Forças Armadas e da comunidade internacional, que observam atentamente os próximos passos do regime de Maduro e da oposição venezuelana.
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