Manaus (AM) – Em plena realização do festival #SouManaus Passo a Paço 2025, moradores da comunidade Nossa Senhora de Fátima, no bairro Cidade Nova, denunciam o abandono completo de uma parada de ônibus na Avenida Camapuã. O local, essencial para quem depende do transporte coletivo, está sem cobertura, sem iluminação pública e cercado por matagal, tornando-se ponto de risco para a população.
Usuários relatam que, além da estrutura precária, a falta de segurança é constante. O local virou alvo frequente de assaltos cometidos por criminosos armados, que aproveitam a escuridão para abordar trabalhadores, estudantes e famílias que aguardam o transporte público.
“As telhas estão destruídas, não há nenhum tipo de iluminação, e o mato tomou conta. A população fica à mercê da chuva, do sol e da violência”, relatou um morador. “É revoltante ver tanto investimento em shows, enquanto o básico é negligenciado.”
Milhões para o festival, descaso para o básico
Enquanto comunidades enfrentam abandono na infraestrutura pública, o festival Passo a Paço segue com gastos estimados em pelo menos R$ 17 milhões, mesmo com o prefeito David Almeida (Avante) anunciando que cerca de 80% das despesas seriam cobertas por patrocínios. Ainda assim, a parte restante, bancada com recursos públicos, levanta questionamentos em meio a problemas estruturais espalhados pela cidade.
Somente com os cachês dos 17 artistas já anunciados, a estimativa mínima de custos para a Prefeitura ultrapassa R$ 7 milhões. Entre os valores mais altos estão:
- Gusttavo Lima – R$ 1 milhão
- Simone Mendes – R$ 800 mil
- Ivete Sangalo – R$ 800 mil
- Bruno & Marrone – R$ 700 mil
- Calcinha Preta – R$ 700 mil
- Xand Avião – R$ 600 mil
- Padre Alessandro Campos – R$ 300 mil
- Pablo do Arrocha – R$ 250 mil
- Paralamas do Sucesso – R$ 250 mil
- Fernandinho, Joelma, Xamã, BK, Ludmilla – entre R$ 100 mil e R$ 200 mil
- MC Livinho – R$ 150 mil
- Dubdogz – R$ 100 mil
- Poesia Acústica – cachê não divulgado
Apesar do anúncio sobre o patrocínio, a Prefeitura de Manaus não detalhou publicamente o investimento total nem a participação efetiva dos patrocinadores. A equipe de reportagem solicitou à Secretaria Municipal de Cultura informações sobre os valores dos contratos e a divisão das despesas, com base na legislação de transparência dos gastos públicos, mas não houve resposta até o momento.
Comunidade cobra prioridade
Para os moradores da Cidade Nova, a indignação não é com a realização do evento, mas com a priorização de verbas públicas.
A Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) também foi procurada para informar se há previsão de revitalização da parada na Avenida Camapuã, mas não retornou à solicitação da reportagem.
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