‘Minha filha não fala comigo’: protesto denuncia exclusão religiosa por Testemunhas de Jeová

Grupo entregou uma denúncia formal ao Ministério dos Direitos Humanos, pedindo ações concretas para garantir o direito à convivência familiar
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(Foto: Islânia Lima)

São Paulo (SP) – Um protesto realizado neste domingo (13), na Avenida Paulista, reuniu ex-membros das Testemunhas de Jeová em uma mobilização contra doutrinas religiosas que, segundo eles, incentivam o rompimento de laços familiares com pessoas que deixam a congregação. O ato foi promovido pelo Movimento de Ajuda às Vítimas das Testemunhas de Jeová, liderado pelo ativista Yann Rodrigues, e teve como objetivo denunciar práticas discriminatórias presentes em publicações oficiais da religião.

Com faixas, cartazes e discursos emocionados, o grupo pediu o fim da orientação que leva os fiéis a cortar vínculos com parentes que deixam a denominação. Segundo os organizadores, trechos como o parágrafo 15 do Estudo 19 da edição de maio de 2025 da revista “A Sentinela” incentivam o afastamento como um “ato de bondade”. Para os manifestantes, esse tipo de diretriz tem causado traumas profundos, como depressão, ansiedade, abandono e até casos de suicídio.

A diarista Eliane Alves viajou de Minas Gerais para participar do protesto. Ela afirma não ter mais contato com a filha desde que decidiu deixar a religião. Com uma toalha branca e letras feitas à mão, expôs a frase: “Há anos minha filha não fala comigo desde que saí das Testemunhas de Jeová”. Emocionada, desabafou: “Estar aqui é um ato de amor. Não quero que nenhuma mãe passe pelo que passei”, disse.

O casal Vinícius Santos e Tamires Cruz também participou do ato. Ex-fieis da religião, relataram que precisaram mudar de estado após serem isolados por amigos e familiares. “Fomos excluídos de tudo. A cidade onde morávamos era pequena, e todos nos conheciam. Decidimos recomeçar do zero”, disse Tamires.

Outro ponto levantado pelos ativistas foi a regra que exige duas testemunhas para que casos de abuso sexual sejam investigados internamente, o que, segundo eles, dificulta denúncias e protege agressores. A diretriz aparece na Sentinela de maio de 2019.

O grupo também entregou uma denúncia formal ao Ministério dos Direitos Humanos, pedindo ações concretas para garantir o direito à convivência familiar e à proteção das vítimas dessas doutrinas.

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