Manaus (AM) – O Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) anunciou que irá investigar a morte de Gregório Patrício da Silva, de 47 anos, que foi brutalmente linchado e queimado vivo pela população de Jutaí, após confessar o estupro e assassinato de uma menina de apenas um ano de idade. O crime, ocorrido no último dia 19, provocou uma onda de revolta entre os moradores, culminando em um dos episódios de justiça com as próprias mãos mais impactantes da região.
Gregório havia sido detido pela equipe da 56ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Jutaí, após confessar o crime contra a criança, que desapareceu e foi encontrada sem vida, com sinais de violência. Segundo o relato de testemunhas, a confissão do suspeito gerou uma reação imediata na comunidade, que se reuniu em frente à delegacia e forçou a entrada no local durante a noite, retirando Gregório à força e levando-o para a rua, onde foi espancado e queimado vivo.
A decisão do MP-AM de investigar o caso vem em resposta às circunstâncias alarmantes do linchamento, que envolveram um confronto direto entre a população e as forças policiais. Em um vídeo gravado durante o tumulto, é possível ver policiais usando bombas de gás lacrimogêneo e escudos para tentar dispersar a multidão e impedir a execução do suspeito, mas a resistência dos moradores impediu a ação efetiva das autoridades.
Em nota, o MP-AM informou que a investigação tem o objetivo de apurar as responsabilidades pelo linchamento, bem como analisar a atuação das autoridades envolvidas e a conduta dos indivíduos que participaram do ato de violência contra Gregório. A Promotoria de Justiça também afirmou que a investigação será conduzida com imparcialidade e rigor, respeitando os direitos humanos e o devido processo legal, ainda que a morte do homem tenha ocorrido após ele ter confessado um crime de natureza tão grave e revoltante.
O promotor responsável pelo caso ressaltou que, embora a população esteja abalada e indignada com o crime contra a criança, o uso da violência não é uma forma de fazer justiça, e os envolvidos no linchamento poderão responder por atos de homicídio e incitação ao crime.
A morte de Gregório Patrício da Silva reacende o debate sobre o limite das ações populares em resposta a crimes chocantes, especialmente em cidades do interior onde o acesso à justiça pode ser limitado.
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