‘Paulista’ é condenado a 168 anos por comer coração de vítimas durante rebelião

O massacre ocorreu em 8 de janeiro de 2017
Especial Publicitário
Foto: Divulgação

Manaus (AM) – João Pedro de Oliveira Rosa, conhecido pelo apelido de “Paulista”, foi condenado a 168 anos de prisão por envolvimento direto em uma das mais brutais rebeliões do sistema prisional do Amazonas. O julgamento ocorreu nessa quinta-feira (3), no Fórum Ministro Henoch Reis, e tratou especificamente de sua participação no massacre ocorrido em 8 de janeiro de 2017, na antiga Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa.

Na ocasião, João Pedro foi acusado de assassinar quatro detentos e tentar matar outros seis. Entre os crimes cometidos, chamou atenção da Justiça e da opinião pública um ato extremo: ele arrancou e comeu o coração de duas das vítimas, em um gesto de selvageria associado a um suposto ritual de vingança.

A rebelião foi desencadeada como resposta à chacina no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), quando mais de 50 detentos, ligados a facções rivais, foram executados. A sequência de mortes marcou uma das fases mais violentas do sistema prisional do estado.

No julgamento, a defesa de João Pedro alegou que ele não participou dos homicídios e tentou convencer o júri de que as acusações não passavam de versões criadas por outros internos. No entanto, o Ministério Público apresentou gravações de vídeo, laudos periciais e depoimentos de testemunhas que confirmaram a barbárie.

João Pedro foi considerado culpado pelas mortes de:

  • Tássio Caster de Souza
  • Rildo Silva do Nascimento
  • Fernandes Gomes da Silva
  • Rubiron Cardoso de Carvalho

E pelas tentativas de homicídio contra:

  • Márcio Pessoa da Silva
  • Anderson Gustavo Ferreira da Silva
  • Omar Melo Filho
  • Leandro da Silva Araújo
  • Bruno Queiróz Ribeiro
  • Fabiano Ferreira da Silva

Além dos homicídios e tentativas, o detento foi condenado por vilipêndio de cadáver e participação em motim, o que somou mais seis anos e quatro meses à pena. O juiz Diego Daniel Dal Bosco determinou o cumprimento imediato da sentença, que será em regime fechado. A defesa ainda pode recorrer.

João Pedro já estava preso, cumprindo pena de 24 anos e oito meses por outros crimes, e agora deverá permanecer detido por toda a vida.

Morto após briga em presídio

No dia 18 de junho deste ano, um princípio de rebelião foi registrado na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na zona leste de Manaus. Um detento, identificado como Davi Alves dos Santos, de 24 anos, foi espancado até a morte por outros presos durante um confronto entre facções.

Segundo a SSP-AM, outros 15 internos foram transferidos após o episódio, que voltou a expor a fragilidade do sistema prisional do estado.

Leia mais:

Receba notícias do Portal Tucumã no seu WhatsApp e fique bem informado!CLIQUE AQUI: https://cutt.ly/96sGWrb

Tags:
Compartilhar Post:
Especial Publicitário
Banner TCE
Manaus é Chibata
plugins premium WordPress