Projeto de lei propõe redução do prazo de inelegibilidade para dois anos

Projeto reduz prazo de inelegibilidade de oito para dois anos em casos de abuso de poder político ou econômico, beneficiando Bolsonaro
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Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

BRASIL – Um projeto de lei apresentado pelo deputado Bibo Nunes (PL-RS) propõe alterar o prazo de inelegibilidade de oito para dois anos em casos de condenação por abuso de poder político ou econômico na Justiça Eleitoral. A mudança, caso aprovada, impactaria políticos atualmente inelegíveis, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a deputada Carla Zambelli (PL-SP), o ex-deputado Valdevan Noventa (PL-SE), o ex-deputado estadual do Paraná Fernando Francischini e o governador de Roraima, Antonio Denarium (PP).

A proposta modifica o artigo 22 da Lei de Inelegibilidade (Lei Complementar nº 64/1990), que trata especificamente do período em que um político fica impedido de disputar eleições devido a condenações por abuso de poder político ou econômico. O texto não altera outras hipóteses de inelegibilidade, como condenações criminais, por improbidade administrativa ou rejeição de contas públicas.

Contexto da Lei da Ficha Limpa

A Lei da Ficha Limpa, aprovada em 2010, estabeleceu o prazo fixo de oito anos de inelegibilidade para todas as hipóteses e eliminou a necessidade de condenação em última instância para que um político seja considerado inelegível. Basta uma condenação por um órgão colegiado, como um tribunal de segunda instância, para que o político seja declarado inelegível.

O jurista Márlon Reis, um dos idealizadores da Lei da Ficha Limpa, observa que o projeto de Bibo Nunes altera apenas a hipótese de inelegibilidade relacionada a abuso de poder político ou econômico, que é o caso de Bolsonaro. Ele ressalta que a proposta não afeta outras situações previstas na lei.

Impacto em políticos inelegíveis

Se aprovado, o projeto beneficiaria políticos como Carla Zambelli, inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Com a redução do prazo para dois anos, ela já poderia concorrer nas eleições de 2026.

Outro beneficiado seria o governador de Roraima, Antonio Denarium, inelegível até 2030 por distribuição de cestas básicas durante o período eleitoral. O ex-deputado estadual do Paraná Fernando Francischini, inelegível até outubro de 2026 por disseminar notícias falsas sobre as urnas eletrônicas, também poderia se candidatar novamente caso o prazo seja reduzido.

O ex-deputado Valdevan Noventa, cassado pelo TSE em 2022 por abuso de poder econômico na campanha de 2018, é outro que teria a inelegibilidade encurtada.

Debate sobre a Lei da Ficha Limpa

Bolsonaro, inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, criticou recentemente a Lei da Ficha Limpa, afirmando que ela tem sido usada para “perseguir políticos de direita”. A legislação também impactou políticos de esquerda, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi impedido de concorrer em 2018 devido a uma condenação na Operação Lava Jato.

Dados do TSE mostram que a inelegibilidade atinge políticos de diversos partidos. Nas eleições municipais de 2024, 11 políticos foram cassados por abuso de poder político, e quase 2.000 tiveram candidaturas indeferidas por estarem inelegíveis.

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