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‘Quem não quer apanhar, não bate’: João Neto defende ‘motivo para homem bater em mulher’

A prisão ocorreu poucos dias após ele viralizar nas redes sociais por uma declaração polêmica feita em entrevista a um podcast

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Brasil – O advogado João Neto, de 47 anos, foi preso em flagrante nesta segunda-feira (14), em Maceió (AL), acusado de agredir a companheira, de 25 anos. A prisão ocorreu poucos dias após ele viralizar nas redes sociais por uma declaração polêmica feita em entrevista a um podcast, no dia 5 de abril, em que afirmou que “existe motivo para um homem bater em uma mulher”.

A prisão foi convertida em preventiva nesta terça-feira (15). Segundo imagens de uma câmera de segurança do prédio onde o casal morava, a vítima aparece saindo do apartamento com o queixo sangrando. Ela confirmou à polícia que foi agredida e relatou que esta não foi a primeira vez que sofreu violência do advogado.

João Neto é baiano, ex-policial militar, e atua como advogado criminalista. Ele se apresenta nas redes sociais como mestre em ciências criminais e possui mais de 2 milhões de seguidores. Ficou conhecido por responder dúvidas jurídicas em vídeos com linguagem informal, utilizando bordões como “no coco e no relógio”.

Durante o episódio do podcast, João Neto afirmou:
“Homem só tem um motivo para bater em mulher: se ela lhe bater. Quem não quer apanhar, não bate. Se a mulher sabe que não aguenta com você, ela vai dar uma tapa na sua cara pra quê? Se ela dá um tapa na sua cara, ela está querendo levar outro.”

A declaração gerou indignação nas redes sociais e foi considerada um incentivo à violência de gênero. Em tom de deboche, o advogado ainda ironizou os ensinamentos de Jesus Cristo:
“Jesus que tomou um tapa na cara e deu o outro lado pra bater. Eu não, irmão. Eu não tenho essa capacidade de perdoar.”

As falas, além de aplaudidas pelo apresentador do podcast, foram amplamente criticadas por entidades de defesa dos direitos das mulheres. No momento da prisão, João Neto não resistiu e foi encaminhado à delegacia.

Após a repercussão do caso, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou nota informando que instaurou um processo disciplinar contra João Neto. A entidade destacou que o processo tramita em sigilo, conforme previsto no estatuto da advocacia, e que apenas as partes envolvidas terão acesso às informações.

O caso está sendo investigado pela Delegacia da Mulher de Maceió. A vítima foi encaminhada para atendimento médico e psicológico, e recebeu medidas protetivas de urgência.