“Se taxar o aço, vamos reagir”, diz Lula sobre as tarifas de Trump

A medida anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, na segunda-feira (10), estabelece a cobrança de tarifas de 25%
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(Foto: José Cruz / Agência Brasil)

Brasil – Em um tom mais assertivo e divergente da postura adotada por alguns de seus principais ministros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (14) que o Brasil reagirá às tarifas de 25% impostas pelos Estados Unidos sobre as exportações de aço brasileiro. Durante entrevista à Rádio Clube do Pará, Lula mencionou a possibilidade de levar o caso à Organização Mundial do Comércio (OMC) e até mesmo adotar medidas retaliatórias, como a taxação de produtos americanos importados pelo Brasil.

“Enquanto os EUA tiverem uma relação civilizada e harmônica com o Brasil, está tudo bem. Agora, ouvi dizer que vão taxar o aço brasileiro. Se taxar, vamos reagir comercialmente ou vamos denunciar na OMC ou vamos taxar os produtos que a gente importa deles”, declarou o presidente. Lula também destacou a relação comercial equilibrada entre os dois países: “Eles importam US$ 40 bilhões. Nós importamos US$ 45 bilhões.”

A medida anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, na segunda-feira (10), estabelece a cobrança de tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e 10% sobre as de alumínio. O Brasil, que em 2024 foi o segundo maior fornecedor de aço para os EUA, atrás apenas do Canadá, é um dos principais afetados pela decisão. Na quinta-feira (13), Trump deu mais um passo ao assinar um memorando que visa criar taxas para importações americanas, alinhando-as às tarifas cobradas de exportadores dos EUA.

A postura de Lula contrasta com a abordagem mais cautelosa adotada até então por seus ministros. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também comanda a pasta da Indústria, Comércio e Serviços, defenderam a necessidade de entender melhor as medidas e buscar uma solução negociada com o governo americano. Alckmin chegou a sugerir a manutenção do acordo de cotas estabelecido em 2018, durante o primeiro mandato de Trump, como uma alternativa viável.

“O que foi feito anteriormente (em 2018)? Cotas. Essa é uma boa solução. Então, o caminho é o diálogo”, afirmou Alckmin na última quarta-feira (5). A posição do vice-presidente tem o apoio de empresas brasileiras, que temem os impactos negativos de uma guerra comercial.

Questionado sobre seu relacionamento com Donald Trump, Lula foi direto: “Não há relacionamento. Existe relação entre governos.” Ele reforçou que o Brasil não busca conflitos, mas não hesitará em responder a medidas consideradas hostis. “Queremos paz e tranquilidade. Se o Trump tiver esse comportamento com o Brasil, teremos esse comportamento com os EUA. Agora, se tiver alguma atitude com o Brasil, haverá reciprocidade.”

A decisão de Trump tem gerado preocupações globais sobre o risco de uma guerra comercial, com países e blocos econômicos avaliando possíveis retaliações. Enquanto o governo brasileiro busca equilibrar a defesa de seus interesses econômicos com a manutenção de relações diplomáticas estáveis, a situação coloca à prova a capacidade de diálogo entre as duas maiores economias das Américas.

Agora, o desafio do governo Lula será conciliar a postura firme do presidente com a estratégia de negociação defendida por seus ministros, garantindo que os interesses do Brasil sejam protegidos sem escalar tensões desnecessárias.

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