Brasil – Na terça-feira (12), a Secretaria da Segurança Pública (SSP) anunciou o afastamento preventivo de oito PMs suspeitos de envolvimento no assassinato de Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, delator da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O crime aconteceu na sexta-feira (8) no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Imagens de segurança mostram dois homens encapuzados disparando 29 vezes na direção de Vinicius, que morreu no local.
De acordo com a SSP, os PMs afastados já estavam sob investigação da Corregedoria da Polícia Militar por suspeita de atuarem como seguranças privados de Vinicius, o que é proibido pela corporação. A SSP condenou a associação dos policiais a uma pessoa com ligações ao PCC. Vinicius, empresário do setor imobiliário, enfrentava processos por lavagem de dinheiro e homicídio.
A força-tarefa, que inclui representantes da Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Técnico-Científica, investiga possíveis motivações para o crime. As hipóteses levantadas incluem execução por vingança da facção, retaliação por dívidas ou o envolvimento de policiais que teriam extorquido Vinicius.
Força-tarefa e Participação da PF
Devido ao local do atentado, a Polícia Federal também colabora com a investigação, que busca identificar os autores e mandantes. O Ministério Público acompanha o caso, e a Guarda Civil Municipal de Guarulhos investiga a ausência de agentes na base do aeroporto no momento do crime.
Linha do Tempo e Detalhes da Investigação
O inquérito instaurado pela Corregedoria da PM revela que, em outubro, Vinicius acusou policiais de extorsão. Ele apontou agentes do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e delegacias da capital. Além disso, ele contratou PMs para sua proteção, mas, no dia do crime, os policiais alegaram problemas mecânicos e um soldado que estava com ele relatou ter se abrigado durante os disparos.
Quem Era Vinicius Lopes Gritzbach
Aos 38 anos, Vinicius atuava no mercado imobiliário, mas era investigado por ligações com o PCC, por onde teria lavado R$ 30 milhões. Em março, ele firmou um acordo de delação premiada, prometendo revelar esquemas de lavagem de dinheiro e corrupção policial em troca de uma possível redução de pena. Vinicius recusou proteção do programa de segurança, preferindo manter seu estilo de vida.
Vítimas do Ataque
Além de Vinicius, outras quatro pessoas foram atingidas no tiroteio. O motorista de aplicativo Celso Araujo Sampaio de Novais, de 41 anos, morreu após ser baleado. Ele deixou esposa e três filhos. Outras duas pessoas foram feridas e liberadas após atendimento médico.
Próximos Passos
A investigação continua com análise de vídeos e depoimentos para esclarecer a motivação do assassinato e identificar os responsáveis, enquanto a Corregedoria da PMs avalia a participação dos agentes afastados. A SSP mantém a postura de rigor na apuração dos fatos e punição dos envolvidos.
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