Trabalhador é tatuado com iniciais dos patrões, tem ânus costurado e é escravizado há nove anos

Operação da Polícia Federal e Ministério Público do Trabalho expõe rede de exploração que aliciava vítimas vulneráveis com falsas promessas de emprego
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(Foto: Reprodução)

Brasil – Uma operação conjunta da Polícia Federal e do Ministério Público do Trabalho, realizada entre os dias 8 e 15 de abril, resgatou duas vítimas que eram mantidas em condições degradantes, análogas à escravidão, em uma propriedade rural no município de Planura, interior de Minas Gerais. Entre os resgatados estão um trabalhador homossexual, explorado por quase nove anos, e uma mulher trans uruguaia, submetida a trabalho forçado e ameaças.

O trabalhador homossexual, cuja identidade foi preservada, foi submetido a anos de abusos físicos e psicológicos. Ele foi tatuado com as iniciais “A.J.” – referência a dois de seus três patrões – e obrigado a trabalhar sem remuneração, sob jornadas exaustivas e ameaças constantes. As investigações revelaram que ele também foi vítima de torturas brutais, incluindo abusos sexuais gravados em vídeo para chantagem emocional.

Em um dos registros encontrados pelas autoridades, o trabalhador aparece nu, com grampos presos ao corpo, enquanto os patrões assistiam e tocavam música. Em outro episódio chocante, ele foi obrigado a comer fezes após ter o ânus mutilado e costurado.

Já a mulher trans, que aceitou a proposta de trabalho em julho do ano passado com a promessa de um salário de R$ 700, recebia apenas cerca de R$ 100 mensais após descontos abusivos. Ela viveu sob constante medo de agressões e, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), conseguiu se mudar, mas permaneceu em situação de dependência, já que seu contrato de aluguel estava no nome dos empregadores.

De acordo com as investigações, os empregadores usavam as redes sociais para recrutar pessoas em situação de vulnerabilidade, especialmente dentro da comunidade LGBT+, oferecendo falsas promessas de emprego e acolhimento ao trabalhador que aceitasse. A operação também descobriu uma escola particular mantida pelos acusados, onde uma menina de 12 anos foi encontrada em situação de trabalho infantil.

Os três homens envolvidos foram presos em flagrante e agora respondem por crimes como redução à condição análoga à escravidão, tortura e exploração sexual. Foram lavrados oito autos de infração contra os patrões, que podem enfrentar penas severas.

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