Violência e fake news marcam primeiro turno em São Paulo

Primeiro turno é marcado por violência física, fake news e a maior disputa eleitoral dos últimos anos em São Paulo
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Foto: Reprodução

BRASIL – Neste domingo (6), cerca de 10 milhões de eleitores paulistanos irão às urnas para decidir os rumos da maior cidade do país, em uma das eleições mais caóticas e violentas da história recente de São Paulo. Três candidatos disputam palmo a palmo as duas vagas para o segundo turno: o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) e o ex-coach Pablo Marçal (PRTB). O cenário é de imprevisibilidade e tensão, com atos de violência física e verbal que ultrapassaram qualquer limite aceitável de uma campanha democrática.

Primeiro turno marcado por violência e tensão

A corrida eleitoral deste ano ficou marcada por episódios de violência, que transformaram os debates e comícios em arenas de confronto físico e verbal. Um dos momentos mais chocantes foi a agressão ao vivo durante um debate da TV Cultura, quando o apresentador José Luiz Datena (PSDB) acertou uma cadeirada em Pablo Marçal. Em outro episódio, durante o debate no Flow, um assessor de Marçal desferiu um soco no olho de Duda Lima, coordenador de campanha de Ricardo Nunes.

A sequência de eventos forçou as emissoras de TV a adotarem medidas extremas para garantir a segurança dos candidatos. No debate da Rede TV, as cadeiras foram parafusadas para evitar novos incidentes, enquanto no da TV Record copos de vidro foram proibidos, e na TV Globo, o esquema de segurança foi reforçado.

Fake news e acusações marcam reta final

Além da violência, a disseminação de fake news também jogou gasolina na fogueira desta campanha. Pablo Marçal, conhecido por sua retórica inflamável e sua aproximação com o eleitorado de direita, divulgou um falso laudo médico alegando que Guilherme Boulos havia consumido cocaína. A farsa foi desmentida em menos de 24 horas pela Polícia Civil de São Paulo, o que levou Marçal a ser investigado pela Polícia Federal e pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, por violar uma decisão judicial sobre o uso indevido de informações.

Esse episódio marcou a reta final de uma campanha conflagrada, onde a ética parece ter sido deixada de lado em favor de uma “lacração” a qualquer custo. Marçal, que conquistou parte do eleitorado bolsonarista, fez uso de estratégias agressivas e desinformação para tentar alavancar sua candidatura, criando um racha dentro da direita paulistana, que até então estava dividida entre ele e Nunes.

Os sobreviventes da disputa acirrada

Com Boulos (PSOL) liderando as pesquisas com 29% dos votos válidos, seguido por Nunes e Marçal, ambos com 26%, a disputa para o segundo turno promete ser uma verdadeira batalha. Tabata Amaral (PSB), que aparece em quarto lugar, viu seu crescimento estancar nas últimas semanas. Apesar de ainda acreditar que pode virar o jogo, seus aliados nos bastidores já admitem que o movimento ocorreu tarde demais, e a deputada parece destinada a ficar fora do segundo turno.

Por outro lado, o grande derrotado dessa eleição já pode ser apontado: o PSDB. Datena, que foi a aposta tucana para reconquistar a prefeitura, patinou nas pesquisas e deve terminar em quinto lugar, um fiasco histórico para o partido que, até pouco tempo atrás, era a maior força política da capital paulista. Caso as projeções se confirmem, o PSDB terá seu pior desempenho desde a redemocratização, com Datena angariando apenas 3% dos votos e caindo para uma posição até atrás de Marina Helena (Novo), uma completa desconhecida até junho deste ano.

Um novo cenário político em São Paulo

Com a queda do PSDB e o surgimento de figuras como Pablo Marçal, o cenário político de São Paulo está passando por uma transformação radical. O bolsonarismo, mesmo sem a presença direta de Jair Bolsonaro, continua sendo uma força relevante, enquanto a esquerda, personificada por Boulos, parece consolidar seu espaço entre os eleitores progressistas. A capital paulista se prepara para mais algumas semanas de intensa campanha até a definição final, mas uma coisa é certa: a política na maior cidade do Brasil nunca mais será a mesma.

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