VEJA: Mães protestam contra servidora da prefeitura que chamou crianças autistas de ‘loucas’ e instituto de ‘hospício’

Servidora nega autoria e ameaça processar vítimas
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(Foto: Michel Santos / Portal Tucumã)

Manaus (AM) – Dezenas de mães de crianças com autismo e outras deficiências protestaram na manhã desta quarta-feira (17) em frente ao Fórum Ministro Henoch Reis, no centro de Manaus, contra as falas preconceituosas atribuídas à servidora municipal Maristela Assan Lima da Costa, lotada na Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc).

Nos áudios, divulgados em um grupo de WhatsApp, a funcionária chama crianças autistas de “doidas” e o instituto que as atende de “hospício”.

“Ela disse que nossas crianças são loucas, que o instituto é um manicômio e que as mães são ‘maconheiras’. Isso é inaceitável vindo de uma servidora que deveria nos apoiar”, desabafou Evely, mãe de duas crianças autistas e uma das líderes do Instituto Água Viva, entidade beneficente que atende mais de 100 famílias com filhos autistas, com câncer ou HIV.

As manifestantes carregavam cartazes com frases como “Respeito não é favor” e “Capacitismo é crime”. Elas exigem a apuração do caso pelo Ministério Público e a punição da servidora, que também é presidente de bairro no Conjunto Cidadão 12, zona norte.

Servidora tenta intimidar mães

De acordo com as mães, após a denúncia inicial, Maristela teria começado a ameaçá-las com ações judiciais e fiscalizações na instituição. “Ela quer nos calar, mas não vamos recuar. Somos a voz dos nossos filhos”, afirmou outra mãe, que preferiu não se identificar.

O advogado Alexandre Torres, que representa o grupo, confirmou que protocolou uma notícia-crime no MPAM com base no Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015), que prevê pena de 2 a 5 anos para crimes de ódio contra pessoas com deficiência.

“Isso é capacitismo puro. A servidora supostamente usou seu cargo para discriminar e incitar ódio”, disse.

Instituto é alvo de perseguição, dizem mães

As famílias afirmam que o Instituto Água Viva, que oferece apoio psicológico, pedagógico e assistencial gratuito, vem sendo alvo de perseguição pela servidora desde sua fundação. “Ela é contra nossa existência porque acredita que afetamos sua liderança política na comunidade”, acusou uma voluntária.

O posicionamento oficial da Semasc diz que os audios da servidora seriam falsos.

O protesto segue pacífico, mas as mães prometem permanecer no local até que o MPAM se pronuncie. “Não vamos sair daqui até que a justiça seja feita”, garantiu uma das organizadoras.

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