Em depoimento prestado durante a audiência sobre a morte de Henry Borel realizada nesta quarta-feira (9), Monique Medeiros, mãe do menino, afirmou que “a maior pena” de todo o processo foi ver o filho morto dentro de sua casa.
“A maior pena é não ter meu filho mais. Isso não tem mais jeito, não tem conserto. A gente pode fazer todo tribunal, toda justiça do mundo, ter retratação de mídia, de jornal, de indenização. A vida do meu filho não tem preço”, disse Monique, acusada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de ter participado do homicídio da criança de 4 anos.
Ela ainda alegou inocência, disse que nunca acobertou agressões do ex-vereador contra seu filho e relembrou o dia da tragédia. “Três pessoas sabem o que aconteceu com meu filho. Uma é meu filho, a outra pessoa é Deus, e a outra pessoa é o Jairinho, porque ele que me acordou durante aquela madrugada”, disse Monique.
Em sua fala inicial na sessão, o ex-vereador Jairo Souza dos Santos Júnior disse que nunca “encostou a mão” em Henry. Ele, no entanto, ficou em silêncio durante o interrogatório.
Os dois estão presos desde abril de 2021. Eles foram denunciados pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) pela prática de homicídio qualificado (por motivo torpe, com recurso que dificultou a defesa da vítima e lhe impingiu intenso sofrimento, além de ter sido praticado contra menor de 14 anos), tortura, coação de testemunha, fraude processual e falsidade ideológica.
Durante o depoimento, Monique também relatou que ignorou diversas agressões verbais e físicas de Jairinho por estar em um relacionamento abusivo cercado de ciúme. Ela acrescentou que ele não demonstrava indisposição alguma contra seu filho e que, pelo contrário, costumava ser carinhoso com a criança antes de eles morarem juntos.
“Meu filho não estava correndo perigo. O relacionamento que eu tinha com ele, o ciúme era relacionado a mim. Em nenhum momento o Jairinho falou assim: ‘Ah, deixa o Henry com o pai’, ou então ‘Deixa o Henry com a avó’, ou ‘Deixa o Henry com a família do Leniel'”, afirmou.
Por esse motivo, disse Monique, ela não considerou necessário avisar o pai de Henry Borel ou evitar que a criança morasse com o ex-vereador.