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Ataque hacker com fotos de suruba interrompe palestra on-line da UnB; veja

A professora afirmou que a invasão tinha o objetivo de silenciar a palestra
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(Foto: Reprodução/Pixabay)

Brasil – Um ataque hacker com insultos misóginos e vídeos pornográficos interrompeu uma palestra online na Universidade de Brasília (UnB). Quando a apresentação “Road Movies em uma perspectiva de gênero” começou, cerca de 30 indivíduos invadiram a sessão ao mesmo tempo e começaram a falar frases incoerentes pelo microfone, que os organizadores não conseguiam silenciar. Eles também escreveram ofensas no chat e exibiram imagens pornográficas na plataforma.

A professora Rose May Carneiro, organizadora da palestra, classificou a ação como violenta e agressiva. Ela registrou uma ocorrência online contra os suspeitos. A palestra, agendada para 28 de junho, Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, foi imediatamente encerrada.

Segundo o boletim de ocorrência, a palestra foi anunciada nas redes sociais, com o link disponibilizado para interessados em assistir e contribuir. A denúncia apontou que a maioria dos invasores usava nomes de mulheres e proferiu frases como “sou lésbica, mas tenho dois filhos”, “tenho muito orgulho de ser trans” e “essa moça é gorda porque engoliu a Rose”.

A professora afirmou que a invasão tinha o objetivo de silenciar a palestra. “Eu pesquiso filmes de estrada, focando nas mulheres protagonistas e falo muito sobre a liberdade e mobilidade, e a importância de podermos transitar em todos os espaços, pois isso é uma questão política, além de ser sobre linguagem cinematográfica, é sobre vivência, civilidade e cidadania”, declarou.

O Grupo de Pesquisa Gênero, Comunicação e Sociabilidade (Gecoms), responsável pela exibição do filme, condenou as ações dos hackers. “Iniciativas de promoção da igualdade de gênero são sistematicamente atacadas por grupos que usam as redes sociais para silenciar vozes dissidentes, desestruturar debates construtivos e boicotar avanços em prol da justiça social e igualdade de gênero”, destacaram em uma publicação.

O grupo enfatizou a importância de um ambiente online seguro para evitar esses ataques. “Não nos calaremos. Continuaremos a lutar por um mundo onde todas as vozes possam ser ouvidas, respeitadas e valorizadas, independentemente de gênero, orientação sexual, cor ou corpo”.

Em nota, a Universidade de Brasília (UnB) informou que tomou conhecimento do caso pela imprensa e entrou em contato com a professora para oferecer apoio e orientá-la sobre as medidas institucionais a serem tomadas para apuração dos fatos.

Foto colorida de imagem borrada com cenas de sexo
(Foto: Reprodução)

“A UnB sempre apoiará grupos de pesquisa da instituição, como o GECOMS, para que possam se posicionar livremente sobre qualquer tema de pesquisa. Somos uma instituição educadora, que realiza pesquisa de excelência e defende a liberdade de cátedra.”

A universidade também recomendou o uso das plataformas digitais oficiais para a realização das atividades acadêmicas, pois elas oferecem ferramentas para controle dos participantes nas salas virtuais.

“A UnB repudia qualquer forma de violência, agressão ou comportamento inadequado, reiterando seu compromisso com os direitos humanos, pautado pelo respeito mútuo e pela ética”, concluiu a nota.

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