O número de atentados contra populações indígenas causados por garimpeiros e madeireiros ilegais tiveram um aumento significativo no Brasil, em 2021. Além dos ataques, as invasões de terras também aumentaram. A informação foi divulgada nesta quarta-feira pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), vinculado à Igreja Católica.
O conselho registrou uma intensificação de violações durante o terceiro ano de governo do presidente Jair Bolsonaro. O candidato à reeleição enfraqueceu órgãos de fiscalização e de proteção aos indígenas. Ainda, Bolsonaro tem incentivado a exploração econômica das reservas indígenas e defendido uma nova legislação para permitir a mineração em terras protegidas.
Os dados foram divulgados no relatório anual sobre violência contra os povos indígenas nesta quarta-feira (17), onde é dito que “além do aumento quantitativo de casos e terras afetadas pela ação ilegal de garimpeiros, madeireiros, caçadores, pescadores e grileiros, entre outros, os invasores intensificaram sua presença e a truculência de suas ações nos territórios indígenas”.
Invasores armados atacaram comunidades indígenas na reserva Yanomami, na fronteira com a Venezuela. Lá, foram constatados mais de 20.000 garimpeiros ilegais. O ataque causou um clima de terror e mortes, inclusive de crianças.
Além da reserva, invasores também têm atacado organizações comunitárias na comunidade Munduruku, no Pará. Ainda, estão tentando impedir que líderes da comunidade viajem até Brasília para manifestações.
O Cimi registrou 305 invasões a terras indígenas, em 2021. No ano anterior, foram contados 263 casos de atentado. O número de 2021 equivale a quase o triplo de casos relatados pelo Cimi em 2018, quando Bolsonaro foi eleito presidente.
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