Em uma declaração interpretada por alguns como um “aviso”, o presidente Biden deu início à sua primeira viagem ao exterior como líder dos Estados Unidos ao anunciar que iria se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin, para “informá-lo do que eu quero que ele saiba”.
Biden pousou no Reino Unido na quarta-feira, antes de uma reunião com o primeiro-ministro Boris Johnson na quinta-feira e do início da cúpula do G7 na sexta-feira. Sua agenda nos próximos dias é bastante ocupada. Do G7 na Cornualha, Biden viajará para Bruxelas para uma cúpula da OTAN e, em uma semana, para a Suíça para se encontrar com seu homólogo russo.
É o último compromisso que talvez seja mais ansiosamente aguardado por especialistas e jornalistas. Quase três anos depois que o comentarista dos EUA martelou Donald Trump por aparentemente não ter condenado Putin com voz suficiente em uma reunião em Helsinque, os liberais da mídia e legisladores de ambos os partidos esperam que Biden tome uma posição mais dura, depois que o presidente chamou Putin de “assassino ” E prometeu na campanha eleitoral fazê-lo “ pagar um preço ” pela suposta interferência nas eleições.
Biden serviu-lhes um pouco de carne na quarta-feira. Falando para uma reunião de forças dos EUA em Suffolk, Biden descreveu seus planos de viagem, afirmando que ele se encontraria com Putin para “deixá-lo saber o que eu quero que ele saiba”.
A declaração de durão de Biden atraiu aplausos entusiasmados das tropas presentes e foi descrita por muitos comentaristas online como um “aviso”. Mesmo assim, Biden afirmou querer um relacionamento “estável e previsível” com a Rússia, construído em torno das “responsabilidades” que ambas as potências carregam.
“Mas deixei claro que os Estados Unidos responderão de maneira robusta e significativa se o governo russo se envolver em atividades prejudiciais”, acrescentou Biden. “Vou comunicar [que] há consequências para a violação da soberania das democracias, nos Estados Unidos e na Europa e em outros lugares.”
A invocação de Biden de “soberania das democracias” é um clichê democrata padrão e, sob esse texto, Biden pode pressionar Putin em uma série de questões, incluindo suposta interferência eleitoral, a detenção do ativista de oposição Alexey Navalny e ciberataques globais. Tanto o primeiro quanto o último foram vinculados a Moscou pela mídia dos EUA e algumas autoridades, embora nenhuma evidência do envolvimento russo em nenhum dos dois tenha sido fornecida.
Embora os aliados de Biden na mídia dos EUA tenham retratado o presidente como duro com Putin “antes que fosse legal”, Biden, no entanto, concedeu ao seu homólogo russo uma importante concessão de política externa desde que assumiu o cargo: ele renunciou às sanções sobre o oleoduto Nord Stream 2 , permitindo o projeto que liga os campos de gás natural da Rússia aos consumidores europeus está finalmente quase concluído. O ex-presidente Donald Trump, apesar das constantes acusações em casa de ser “brando” com a Rússia, paralisou o projeto por mais de um ano com sanções.
Putin, entretanto, descreveu Biden como um homem “experiente, equilibrado e cuidadoso” que passou toda a sua vida na política e expressou a esperança de que essas qualidades teriam um efeito positivo nas negociações vindouras – mas disse que “não esperava qualquer coisa que possa se tornar um grande avanço nas relações Rússia-EUA ”.
Leia também: Wilson Lima anuncia grande mobilização para imunizar a população a partir de 40 anos no próximo fim de semana
