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Brasil prende a respiração à espera do resultado da eleição presidencial

A disputa pela presidência segue sendo uma das mais polêmicas
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(Foto: NELSON ALMEIDA/AFP - Direitos Reservados)

O presidente do Brasil Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disputavam, voto a voto, a Presidência no segundo turno das eleições presidenciais, neste domingo (30), com mais de 86% das urnas apuradas.

Lula estava com 50,46% dos votos contra 49,54% para Bolsonaro.

A última pesquisa Datafolha previu um resultado apertado, com 52% das intenções de voto para Lula contra 48% para Bolsonaro.

No primeiro turno, em 2 de outubro, as pesquisas subestimaram o potencial de Bolsonaro, que acabou ficando atrás de Lula por apenas cinco pontos percentuais (43%-48%).

O presidente, de 67 anos, enviou mensagens contraditórias sobre se vai ou não reconhecer os resultados em caso de derrota. Na sexta-feira, garantiu que vai fazê-lo: “Quem tiver mais votos, leva”.

Bolsonaro se mostrou confiante em sua vitória antes de votar neste domingo no Rio de Janeiro: “Expectativa de vitória. Se Deus quiser, sairemos vitoriosos hoje à tarde”, disse Bolsonaro, vestindo uma camisa amarela do Brasil.

Depois, aproveitou a oportunidade para tirar fotos com os jogadores do Flamengo, que conquistou ontem a Taça Libertadores em Guayaquil, no Equador. O presidente tirou uma foto levantando o troféu ao lado de jogadores como Rodinei e Fabrício Bruno.

Ao votar em São Bernardo do Campo, Lula, de 77 anos e vestido de branco, se mostrou convencido de que “o povo brasileiro está definindo o modelo de Brasil que ele deseja”.

O ex-presidente prevê a realização de um grande ato esta noite na Avenida Paulista, em São Paulo, onde seus simpatizantes já tinham se reunido após o primeiro turno.

Polêmica por caos no transporte
A tensão vivenciada na campanha acentuou a polarização entre os dois campos políticos no país. Porém, em algumas situações, como no caso do casal formado pela professora de dança Elisete Silveira, de 46 anos, e Alex, um militar de 50 anos, foi possível manter certa harmonia.

Em Brasília, os dois saíram para votar de mãos dadas, ele vestindo a camisa amarela da seleção em apoio a Bolsonaro e ela vestida de vermelho para Lula.

“Concordamos em não falar sobre política em casa para preservar o amor”, explicou Elisete.

“Para nós, a volta do Lula é muito importante. Ele tentou demarcar as nossas terras, fez alguns projetos, alguns programas bons”, disse, por sua vez, o pajé Saha da Silva, da etnia indígena sateré-mawé, que votou na comunidade de Iranduba, a 80 km de Manaus, capital do Amazonas.

O dia esteve marcado por uma polêmica sobre o caos no transporte na região Nordeste, causado por controles da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que tinham sido proibidos pela Justiça Eleitoral para facilitar a votação.

Isso “retardou a chegada dos eleitores aos seus pontos eleitorais” na região, que vota majoritariamente em Lula, mas não “impediu os eleitores de chegarem aos destinos”, afirmou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.

“Consertar” o país
Bolsonaro, ex-capitão do exército, tenta a reeleição defendendo os valores tradicionais e a melhora recente dos dados econômicos – desaceleração da inflação e queda do desemprego -, ao mesmo tempo em que continuou insuflando um discurso nacionalista.

“Brasil acima de tudo, Deus acima de todos!”, reiterou em seus discursos de campanha.

Uma mensagem especialmente valorizada pelo agronegócio e a população evangélica, que representa um terço do eleitorado e continua crescendo neste país de maioria católica.

Por sua vez, Lula, de 77 anos, que governou o Brasil entre 2003 e 2010, promete “consertar o país”, ainda impactado pela crise da pandemia e seus 688.000 mortos.

Durante sua campanha, destacou os feitos socioeconômicos de seus dois mandatos anteriores, como a saída de mais de 30 milhões de brasileiros da pobreza com iniciativas sociais financiadas pelo ‘boom’ das matérias-primas.

O ex-presidente conta com o apoio dos mais vulneráveis e de quem se ressentiu das políticas e das ofensas do presidente, como os jovens, as mulheres e as minorias.

Conservadorismo ‘muito forte’
A campanha entre os dois turnos foi ainda mais profícua em desinformação, ofensas e golpes baixos entre os dois adversários.

Lula associou Bolsonaro à “pedofilia” e ao “canibalismo”, enquanto o presidente acusou o adversário de “cachaceiro” e “traidor da pátria”.

“Uma parte não desprezível vai votar nele [Lula] pela rejeição que tem de Bolsonaro. E a mesma coisa vale do outro lado”, disse à AFP Lara Mesquita, professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo.

Embora os indecisos sejam poucos, “num pleito tão apertado, podem fazer a diferença”, afirmou.

Se Lula vencer, “será um governo frágil”, disse à AFP Brian Winter, redator-chefe da publicação Americas Quarterly. “No Brasil ressurgiu um movimento conservador muito forte”, que se identifica com o presidente, acrescentou.

Um segundo mandato de Bolsonaro, ao contrário, “será muito parecido com o primeiro, com uma intensificação da guerra de valores, e será uma era da motosserra” para a Amazônia, onde o desmatamento disparou durante seu governo

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