Brasil – O Brasil recebeu nesta quinta-feira (9) a primeira remessa do antídoto fomepizol, um medicamento crucial para o tratamento de pacientes intoxicados por metanol, substância que tem sido encontrada em bebidas alcoólicas adulteradas e clandestinas. O lote, com 2,5 mil unidades, desembarcou no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
A entrega contou com a presença de autoridades da saúde, incluindo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Mariângela Simão, e o presidente da Anvisa, Leandro Safatle.
A distribuição de 1,5 mil ampolas começou ainda nesta quinta, seguindo um critério de prioridade. O estado de São Paulo, que registra o maior número de casos confirmados, foi o primeiro a ser abastecido, recebendo 288 unidades.
Distribuição estratégica
O restante do lote inicial será destinado a outros estados com ocorrências confirmadas ou em investigação. A previsão é que o envio continue na sexta-feira (10) para as seguintes unidades federativas:
- Pernambuco (68 unidades)
- Paraná (84)
- Rio de Janeiro (120)
- Rio Grande do Sul (80)
- Mato Grosso do Sul (20)
- Piauí (24)
- Espírito Santo (28)
- Goiás (52)
- Acre (16)
- Paraíba (28)
- Rondônia (16)
Posteriormente, a distribuição será estendida a todo o país, inclusive para locais sem casos notificados, como medida de precaução.
O Ministério da Saúde manterá mil ampolas em estoque estratégico para emergências. Os estados poderão solicitar novas remessas conforme a necessidade e a evolução dos casos.
A compra do fomepizol, um medicamento de produção limitada e alto custo no mercado mundial, foi realizada por meio do Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), com uma subsidiária de uma empresa japonesa.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) agilizou o processo de importação em caráter de urgência.
Como funciona o antídoto
O fomepizol pertence à classe dos inibidores da álcool desidrogenase (ADH), enzima do fígado que metaboliza tanto o etanol quanto o metanol.
A hepatologista Natália Trevizoli, do Hospital Sírio-Libanês, explica que o perigo está no metabolismo do metanol, que gera compostos altamente tóxicos, como o ácido fórmico.
“Quando o paciente recebe fomepizol, a droga bloqueia a ADH e interrompe essa transformação nociva. O metanol circula ‘intacto’ no organismo e pode ser eliminado naturalmente ou com ajuda da hemodiálise”, detalha a médica.
Ela ressalta que o fomepizol é considerado mais preciso, seguro e rápido do que a alternativa com etanol, sem causar os efeitos de intoxicação deste último.
Panorama dos casos
Até 8 de outubro, o Brasil registrou 259 notificações de intoxicação por metanol, sendo 24 casos confirmados e 235 em investigação. Os estados com casos confirmados são:
- São Paulo: 20 casos
- Paraná: 3 casos
- Rio Grande do Sul: 1 caso
Em relação aos óbitos, cinco foram confirmados em São Paulo e 11 seguem em investigação (1 em Mato Grosso do Sul, 3 em Pernambuco, 6 em São Paulo e 1 na Paraíba).
Com informações da Agência Brasil*
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