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Cacique Raoni passa mal e é transferido para hospital no MT

Pessoas próximas a Raoni disseram que ele ficou abatido com a morte da companheira, Bekwika Metuktire, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC)
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raoni
Caiapo's chief Raoni attends a protest in Brasilia against the construction of the Belo Monte hydroelectric dam in the Amazonian Xingu River on February 08, 2011. AFP PHOTO/Evaristo SA

Manaus – O cacique Raoni Metuktire, líder do povo Kayapó, passou mal neste sábado (18) e foi transferido de avião para o município de Sinop, localizado no norte do Mato Grosso. A informação foi confirmada pelo sobrinho-neto de Raoni, Patxon Metuktire.

Segundo pessoas próximas ao líder indígena, Raoni apresentou um quadro depressivo após a morte da mulher dele, Bekwika Metuktire, no dia 23 de junho após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Raoni é conhecido internacionalmente pela defesa dos direitos dos povos indígenas. Ele vive no Parque Nacional do Xingu, em São José do Xingu, a 931 km de Cuiabá.

O cacique estava internado em um hospital de Colíder, a 648 km de Cuiabá. Raoni apresentou sintomas de fraqueza e falta de ar, teve complicações gastrointestinais e desidratação. Sem conseguir se recuperar com remédios tradicionais, ele foi internado.

Raoni e Bekwyjkà Metuktire tiveram oito filhos e estavam juntos há pelo menos oito décadas.

Por medo da pandemia do coronavírus (Covid-19), a anciã não foi removida para um hospital, de acordo com a neta Mayalú Txucarramãe, que postou nas redes que o avô estava “arrasado com a perda da sua companheira, conselheira e matriarca”.

Reunião

Em janeiro deste ano, Raoni e a filha do ex-seringueiro Chico Mendes (1944 – 1989), Ângela Mendes, se reuniram na beira do rio Xingu, no Mato Grosso, para firmar uma aliança pública contra políticas públicas do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) sobre as áreas ambientais e indígenas.

Organizado pelo Instituto Raoni e parceiros não-governamentais, este encontro vem reunindo cerca de 320 etnias indígenas de todo o Brasil.

A reunião vem acontecendo desde o início da semana e deve acabar na próxima sexta-feira (17) após o envio de uma carta aberta para o Congresso Nacional, em Brasília, e ao Ministério Público.

De acordo com Ângela Mendes, a reunião também foi marcada pelo relançamento do programa ‘Aliança Pelos Povos da Floresta’, iniciado pelo seu pai na década de 80. Ela afirmou que o cenário atual é mais preocupante, diferente dos outros anos.

“Hoje o cenário nos preocupa muito mais do que 30 anos atrás. Mais do que nunca se faz necessária uma grande aliança. Nos juntar, somar a nossa força, minha, como filha de Chico Mendes, que continuo na luta e na defesa do legado dele, dos extrativistas que lutaram ao lado dele para se juntar ao grande legado e à grande história dos povos indígenas”, disse Ângela.

Constantemente o presidente Jair Bolsonaro vem realizando ataques contra Raoni, cacique da etnia Kayapó. Bolsonaro chegou a dizer que Raoni não representa os povos indígenas do Brasil.

Durante o encontro, Raoni afirmou que a carta aberta vai funcionar como resposta aos ataques do presidente contra sua pessoa e aos povos indígenas.

“Acho que todo mundo sabe, o Brasil inteiro deveria saber, ele (Bolsonaro) está atacando todo mundo, não só os índios. Ele ataca os índios mais fortes ainda. Eu fiz esse encontro e dele vai sair um documento para mandar para fora (da terra indígena), para que o Brasil possa ver o que estamos fazendo, defender nossa terra, para ele parar de falar mal da gente”, explicou o cacique.

Com informações do G1
Foto: Evaristo Sá/AFP

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