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Câmeras flagram criança autista sendo agredida por terapeuta em clínica de Manaus: veja

A terapeuta chega a bater na cabeça da criança de 8 anos, que chora de lagrimar
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Imagens: Divulgação

Manaus (AM) – Um dos sinais que pode indicar que a criança tem autismo é o problema em se comunicar com outras pessoas, como não consegue falar corretamente o que sente, muitas vezes é agredido por ‘cuidadores’. Foi o que ocorreu com um garoto de 8 anos de idade, diagnosticado com autismo, em que a própria terapeuta bateu na cabeça da criança, durante o momento do atendimento. As cenas foram gravadas pelo circuito interno de segurança da própria clínica.

A família da criança teve acesso as imagens e ficaram sabendo das agressões ao assistirem os vídeos gravados por uma câmera de circuito interno instalada em uma clínica particular, em Manaus, onde a terapeuta atendia o garoto.

As imagens mostram a mulher puxando o braço da criança, batendo na cabeça e empurrando o menino no momento em que faz a terapia.

Conforme documentos registrados na Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), o caso já tramita na 15ª Vara do Juizado Especial Criminal. Na PC foi lavrado um termo circunstanciado sob o nº 00000639/2021, no qual foi ela foi indiciada por suposto crime de maus-tratos.

O caso está sendo investigado e segue tramitando. A juíza Sanã Nogueira Almendros de Oliveira notificou o Ministério Público do Amazonas (MPAM) para tomar as devidas providências.

O MPAM informou, por meio de nota, que “a Coordenação da área Criminal informou que os autos ainda não foram cadastrados no sistema SAJ-MP, ainda estão no SAJ- PG5, o que significa que ainda não foram encaminhados ao Ministério Público. Em movimentação do dia 28/09, os autos estão conclusos para despacho do juiz da 15ª Vara do Juizado Especial Criminal”.

Vídeos

Nos vídeos e documentos da Polícia mostram a profissional Samia falando de forma áspera e, aparentemente, em tom de ameaça. Ela puxa o braço da criança em diversos momentos, conforme as imagens. A terapeuta chega a bater com a mão direita na cabeça da criança, para que o mesmo se levante. O garoto cai no choro e enxuga as lágrimas dos olhinhos.

Em outra cena, aparece a criança sem nenhum acompanhamento durante as sessões.

No dia 29 de junho, uma das gravações mostram que Samia recepciona a criança na entrada da sala e lhe conduz empurrando com o dedo na região do tórax de forma grosseira.

As sessões de terapia tiveram início em fevereiro deste ano e duraram cerca de três meses, segundo os pais da criança.

A mãe dele conta que foi surpreendida ao saber pelo próprio filho que estava sendo agredido pela profissional.

“Eu fiquei desesperada e surpresa. Ao ver os vídeos, é visível observar que ela não cumpria com seu dever funcional e que houve agressões físicas e psicológicas contra meu filho”, desabafa com pesar a mãe que confiou sua criança autista a uma pessoa que deveria melhora a qualidade de vida de seu filho.

Depoimento

Samia Watanabe negou as agressões e denúncia de maus-tratos na delegacia e explicou que as cenas gravadas, a “batida na cabeça” e os puxões tratam de um método chamado propriocepção e reforço sensório social, que fazem parte do tratamento. Ela também disse em depoimento que em momento algum deixou o menor sem atenção.

Análise dos vídeos

Para a psicóloga Themis Bessa, que analisou os vídeos e observou nas imagens, a terapeuta em questão não aplica de forma adequada e eficaz os procedimentos.

“O que a gente vê no vídeo é que ela não faz correto a técnica de propriocepção, não faz de forma correta nitidamente. Essa pessoa parece que está irritada, estressada e sem paciência com a criança”, afirma, frisando ainda “eu não consigo enxergar nos vídeos que ela esteja fazendo de forma adequada. Ela pega de forma brusca na criança, você percebe o excesso da profissional”, analisa a psicóloga Themis Bessa.

A terapeuta não quis comentar o assunto para o repórter.

Já o marido indicou que os advogados que acompanham o caso, iriam responder aos questionamentos.

“Nós reiteramos a inocência da Sâmia em face das alegações infundadas e acreditamos na melhor prestação jurisdicional para o caso, haja vista a nossa confiança no Poder Judiciário”, responderam, por meio de nota, os advogados da terapeuta.

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