As campanhas para vereador movimentam os 5.570 municípios espalhados por todo o território brasileiro. Só no Rio de Janeiro, pelo menos quatro homicídios foram consumados onde as vítimas eram vereadores e candidatos às Câmaras municipais em 2020.
Nesta quarta-feira (4), Valmir Tenório, candidato a vereador pelo PT, foi assassinado na cidade de Paraty. Conhecido como “Valmir do Bibi”, o garçom, casado, pai de três filhos, disputava sua primeira eleição. Foi morto com tiro na cabeça. Ninguém sabe até o momento o que pode ter motivado o crime, que surpreendeu amigos e familiares. O caso é semelhante a outras ocorrências recentes.
Em 24 de setembro, o ex-presidente da Câmara Municipal de Patrocínio (MG) e pré-candidato a vereador, Cassio Remis (PSDB), foi interrompido por um homem que o assassinou a tiros durante uma live em que denunciava uma obra da prefeitura. O suspeito de ser o autor dos disparos seria o ex-secretário de Obras da cidade, Jorge Marra, que foi preso. Marra é irmão do atual prefeito da cidade, Deiró Marra.
Dia 1º de outubro, outro crime. Candidato a vereador em Nova Iguaçu pelo Partido Trabalhista Cristão (PTC), Mauro Miranda da Rocha, de 41 anos, foi morto por tiros na cabeça, braço e peito. Ele ainda chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na chegada ao Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI). Ele ja havia sido condenado dois anos de prisão, que foram convertidos em prestação de serviços comunitários, após por porte de arma. Ele doi flagrado em um blitz portando uma arma de fogo – que era registrada devidamente em seu nome, porém sem o direito a porte, crime pelo qual respondeu.
Dias depois, em 11 de outubro, o candidato a vereador de Embu das Artes, Denis Viana (PSC), foi morto a tiros. O fato ocorreu após uma confusão em um bar da periferia da cidade, na Grande São Paulo. Naquele mesmo final de semana, Domingos Barbosa Cabral (DEM), o Domingão, também foi assassinado a tiros em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Duas semanas depois, um candidato a vereador pelo PSB em Caucaia, região metropolitana de Fortaleza (CE), foi encontrado morto dentro de sua casa no dia 26 de outubro. Evangelista de Sousa Jerônimo, conhecido como “Batista da Banca”, tinha 51 anos e morava sozinho em frente ao seu comitê de campanha. Seu corpo foi encontrado com marcas de facadas.
DIa 1º de novembro, o ex-vereador Paulo Jacinto José Eugênio de Almeida (PSD) – conhecido popularmente como Dedé Eugênio – foi assassinado no fim da manhã, na garagem de sua casa, na cidade de Paulo Jacinto, interior de Alagoas.
Segundo informações repassadas ao portal alagoano “Já É Notícia”, Dedé Eugênio estava almoçando com familiares e um amigo, na área de casa, quando homens armados chegaram ao local e efetuaram cerca de oito tiros, que atingiram Dedé Eugênio. Um tiro ainda acertou de raspão um amigo do ex-parlamentar.
De volta ao Rio de Janeiro, o assassinato de Valmir acontece apenas três dias após outro candidato a vereador, Zico Bacana (Podemos), ser baleado na capital fluminense. Duas pessoas que estavam com ele foram mortas no atentado, que deixou 15 marcas de tiros em seu carro .
INVESTIGAÇÃO
O caso de Valmir do Bibi é investigado por policiais da 67ª DP. Até o momento não há informações e os policiais trabalham para localizar o criminoso.
Em nota, o presidente do PT do Rio de Janeiro, João Maurício, lamentou a morte do candidato e exigiu respostas das autoridades sobre o assassinato.
“Deixo aqui as minhas mais sinceras condolências e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros por essa inestimável perda. Valmir do Bibi vai continuar presente em nossos corações, nos estimulando a seguir a luta pelas causas populares e por toda a classe trabalhadora, neste momento crítico que atravessamos em nosso País. Exigiremos da Polícia Civil e das demais autoridades todo o empenho e rigor nas investigações, para que os responsáveis por esse crime bárbaro sejam responsabilizados e punidos”, diz o comunicado de pesar.
Com informações dos portais Extra
