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‘Capitã cloroquina’: secretária de Pazuello confessa que organizou missão para difundir medicamento no AM

A secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, confirmou que ela foi responsável pela comitiva para difundir o uso da cloroquina
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'Capitã cloroquina': secretária de Queiroga confessa que organizou missão para difundir medicamento no AM
'Capitã cloroquina': secretária de Queiroga confessa que organizou missão para difundir medicamento no AM

A secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, confirmou que ela foi responsável pela organização de uma comitiva de médicos que foi ao Amazonas para difundir o uso da cloroquina como tratamento contra a covid-19. Não existem estudos definitivos sobre a eficácia do medicamento no combate ao coronavírus.

Durante depoimento ao MPF (Ministério Público Federal), ela diz que o ministério incentivou o uso do fármaco em diversas visitas de médicos voluntários a unidades de saúde de Manaus. A viagem aconteceu em janeiro, apenas dias antes do colapso do sistema e da crise de falta de oxigênio.

Pinheiro é auxiliar do ministro da Saúde Marcelo Queiroga e ocupou o mesmo cargo durante a gestão do ex-ministro Eduardo Pazuello.

A função das visitas era conversar com os colegas médicos -todos os profissionais eram médicos- e tentar orientá-los sobre o atendimento precoce na unidade“, disse ela. As visitas, de acordo com a secretária, aconteceram em 13 unidades de saúde da cidade.

Pinheiro confirmou ainda que o ofício não apenas cobrava a adesão dos médicos ao tratamento precoce como orientava o uso de medicamentos como cloroquina, hidroxicloroquina e azitromicina.

Os únicos medicamentos que foram aprovados para a doença no Brasil são o remdesivir, cujo tratamento custa em torno de 17 mil,  e o REGN-COV2, cujo tratamento custa entre 15 e 25 mil reais. Ambos são para uso em pessoas com sintomas da infecção pelo coronavírus e já receberam o aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Em comparação

O depoimento aconteceu no contexto das investigações do MPF sobre as ações dos governos estadual e federal durante o colapso do sistema de saúde do Amazonas. Pinheiro é uma das 6 pessoas que respondem à ação por improbidade administrativa. Além dela, o ex-ministro Pazuello e o ex-secretário-executivo da pasta Élcio Franco também são alvos da ação.

Além do MPF, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado também fez questionamentos sobre promoção de medicamentos como a cloroquina. Já existem 6 pedidos de convocação de Pinheiro na comissão do Senado. Os requerimentos são de autoria dos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Otto Alencar (PSD-BA), Humberto Costa (PT-PE) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Pazuello, de acordo com a secretária, foi quem delegou a tarefa de organizar as ações em Manaus. O depoimento do ex-ministro precisou ser adiado depois que o militar informou que teve contato recente com pessoas com covid-19 e pediu para não comparecer. Uma nova data foi marcada para depois do período de quarentena de Pazuello, em 19 de abril.

Nesta quinta-feira (6), o atual ministro da Saúde Marcelo Queiroga será ouvido pelos congressistas. A sessão começa às 10h da manhã.

Leia também: CPI da Covid convoca secretário de Saúde do AM para prestar depoimento

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