Manaus – O Ministério Público do Estado do Estado do Amazonas (MP-AM) pediu que Michel Saboia de Souza Xavier, acusado da morte da jovem Heloísa Medeiros da Silva, fosse levado a júri popular. O crime ocorreu em dezembro de 2019.
A decisão foi deferida pela promotora de Justiça Márcia Cristina de Lima Oliveira nesta quinta-feira (5), e o portal Tucumã teve acesso nesta sexta-feira (6).
A promotoria aponta Michel Saboia como o responsável pelo crime de feminicídio e ocultação de cadáver, visto que o mesmo matou de forma cruel a jovem e escondeu seu corpo.
O MP-AM ressalta que o laudo do exame toxicológico descarta a possibilidade de Heloísa ter usado drogas no dia em que foi assassinada, como chegou a apontar a defesa do réu.
Decisão final é do juiz
Conforme o Tribunal de Justiça (Tjam), a defesa e acusação ainda devem realizar suas alegações finais, depois dos prazos processuais para a apresentação dos pedidos da defesa e acusação, o juiz vai analisar o conjunto de provas e decidir se o réu vai ou não para o julgamento pelo júri popular.
Audiência de instrução
A primeira parte da audiência ocorreu em 16 de junho de 2021, quando três testemunhas envolvidas foram convocadas pelo Ministério Público.
Naquela data, uma quarta testemunha – a delegada de polícia que investigou o caso – não pôde comparecer, e como o MP não abriu mão de ouvi-la na instrução processual, o magistrado suspendeu os trabalhos, remarcando o prosseguimento da audiência para esta segunda-feira.
A segunda etapa da audiência foi presidida pela juíza Nayara Antunes e o MP-AM foi representado pela promotora de Justiça Clarice Moraes Brito e o advogado Maurício Saboia atuou na defesa do réu.
A audiência começou com o depoimento da delegada de polícia que foi responsável pelo inquérito. Ela foi a última das testemunhas arroladas pela acusação. Em seguida, foram ouvidas quatro testemunhas de defesa e o interrogatório do réu, que durou aproximadamente uma hora.
Relembre o crime
A adolescente Heloísa Medeiros da Silva, de 17 anos, foi encontrada morta no dia 15 de dezembro de 2019, mas a perícia apontou que a morte dela ocorreu entre os dias 13 e 14, ou seja, o corpo foi encontrado quase dois dias depois.
As investigações mostraram que Heloísa e o acusado haviam se encontrado no dia 12 em um bar e que após a festa, foram para a residência da avó do suspeito, localizada na rua Miranda Leão, no Centro de Manaus, local onde o corpo de Heloísa foi encontrado.
Suspeito do crime, Michel chegou a passar um período foragido logo após o encontro do corpo da vítima, até ser preso, no Maranhão. De acordo com a perícia, a morte de Heloísa foi provocada por asfixia decorrente de ação contundente que gerou trauma na região raquimedular.
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