Brasil – Uma chacina que ocorreu na segunda-feira (23), em um garimpo ilegal localizado na Terra Indígena Sararé, em Pontes e Lacerda, a 483 km de Cuiabá, resultou na morte de quatro pessoas e deixou uma pessoa ferida. Entre as vítimas estão Fabio Tavares Siriano, de 33 anos, e sua esposa, Flavia Melo Miranda Soares, de 20 anos. Flávia, natural do Acre, teria viajado até o garimpo para encontrar o marido.
De acordo com o delegado João Paulo Berté, a chacina teria sido motivada por uma disputa territorial dentro do garimpo. As investigações preliminares indicam que o conflito poderia estar relacionado a uma organização criminosa que atua na exploração ilegal da área.
Na segunda-feira, a Polícia Militar foi acionada pelo Hospital Santa Casa após dois feridos serem deixados na porta da unidade. Flávia já havia falecido, e Fabio estava em estado grave, mas também não resistiu. A caminhonete Hilux usada para abandonar as vítimas foi captada pelas câmeras de segurança do hospital, e a polícia já iniciou a busca pelos suspeitos.
Uma equipe da Polícia Civil foi enviada ao local do crime, no garimpo Sararé, para apurar os fatos e buscar outras possíveis vítimas. A região, que abrange os municípios de Conquista D’Oeste, Nova Lacerda e Vila Bela da Santíssima Trindade, tem enfrentado um aumento na atividade garimpeira ilegal nos últimos anos.
A Terra Indígena Sararé é uma área de grande importância ambiental e cultural, que tem sofrido com as operações ilegais de extração de ouro. Desde 2020, várias operações das forças de segurança foram realizadas na tentativa de conter o avanço da exploração. Entretanto, apesar das ações, o garimpo tem sido retomado após a saída das forças de segurança.
Em abril deste ano, durante a operação “Ouro Viciado”, autoridades apreenderam e destruíram equipamentos valiosos usados na mineração ilegal, como pás carregadoras e britadeiras. Mesmo com essas ações, estima-se que cerca de 5 mil garimpeiros atuam na região, segundo o Ministério Público Federal.
A exploração ilegal na TI Sararé tem causado sérios danos ambientais, como desmatamento, poluição dos rios e degradação do solo, afetando diretamente o modo de vida das comunidades indígenas e a biodiversidade local. Lideranças indígenas têm denunciado o impacto negativo do garimpo clandestino na preservação do território e da cultura indígena.
As investigações sobre a chacina continuam, e a polícia trabalha com a hipótese de que os envolvidos no crime tenham ligação com facções criminosas que atuam na região.
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