Manaus (AM) – Quem aí nunca coçou os olhos que atire a primeira pedra não é mesmo? Esse costume, que já é um hábito para a maioria das pessoas, parece inofensivo, mas é muito prejudicial para a saúde. Na última quinta-feira (10), foi o dia da conscientização do ceratocone, que atinge cerca de 150 mil brasileiros por ano, segundo dados do Ministério da Saúde. O ceratocone é uma uma doença genética, hereditária e de lenta progressão, ela é caracterizada pelo afinamento e projeção para frente da córnea em forma de cone.
A doença afeta na maioria dos casos crianças e jovens de 10 a 25 anos de idade, podendo progredir até os 40 anos de vida ou estabilizar-se com o tempo. Entretanto, de acordo com o oftalmologista Swammy Mitozo, o hábito de coçar os olhos pode desencadear o problema. “Essa ação, pode ser considerada um tipo de trauma, afetando diretamente a córnea”. Ele afirma que o ceratocone leva ao surgimento de miopia e alto grau de astigmatismo, com diminuição da visão, ”que já pode prejudicar as atividades de vida diária”.
Segundo o oftalmologista, os sintomas mais comuns são: perda progressiva da visão; sensibilidade à luz; visão dupla; dificuldade em enxergar à noite; poliopia (formação de múltiplas imagens de um objeto).
O especialista explica que é preciso ficar atento aqueles que possuem histórico da doença na família, pois podem apresentar um quadro sem sintomas ou subclínico. “A identificação precoce da doença é essencial para o tratamento”, disse o oftalmologista. Ainda de acordo com Swammy, o ceratocone não tem cura, porém é possível controlar sua evolução. “As pessoas devem evitar coçar os olhos e sempre visitar um oftalmologista de confiança para tratar o ceratocone da melhor forma possível”, ressaltou o médico.
Tratamento
Quando o ceratocone está em fase inicial, o uso de óculos é recomendado para melhorar a visão.Se a doença já estiver em estado mais avançado, é preciso colocar lentes de contato rígidas, que ajudam a corrigir o astigmatismo irregular”, explicou o oftalmologista.
As intervenções cirúrgicas como o crosslinking, que busca fortalecer as moléculas de colágeno da córnea para evitar que ela continue evoluindo, também são indicadas como tratamento. É possível também realizar o implante dos anéis intracorneais, que hoje p ode ser feito com laser. E por último, segundo o oftalmologista, para os portadores de ceratocone em estado grave, é indicado o transplante de córnea.
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