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Curta-metragem promove conscientização alimentar

A produção compõe um intercâmbio entre artistas e agricultores da Índia, Bangladesch e México, e estreia terça-feira (20), no Musa
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(Foto: Divulgação)

MANAUS (AM) – Em busca do reencontro com os saberes e as riquezas que brotam da terra, o coletivo Arte e Escola na Floresta estreia o curta-metragem ‘Decolonize seu Prato: As Superbatatas Amazônicas’ nesta terça-feira (20), no Musa – Museu da Amazônia (Av. Margarita, 6305, Cidade de Deus). O acesso é gratuito.

A relação entre a terra e a comida amazônica, o solo e os corpos dos que produzem e consomem os superalimentos amazônicos é o enredo de ‘Decolonize seu prato’. O curta mostra trechos de uma ‘Agricultura Participativa’, vivência promovida há dois anos pelo Arte e Escola na Floresta, na zona rural de Manaus.

O projeto faz parte de um intercâmbio entre artistas e agricultores da Índia, Bangladesch e México “Com o campo” (With the Fields), com curadoria de Tara Lasrado, e apoio da Secretaria de Cultura da Suíça, ProHelvetia

Durante a vivência, os participantes trocam mão de obra por produtos agrícolas e ensinamentos, aprendendo a produzir seus próprios alimentos, mesmo quando seguram um facão pela primeira vez. As atividades são baseadas em memórias ancestrais e nas pesquisas do biólogo Valdely Kinupp, publicadas no livro Plantas Alimentícias Não Convencionais PANC.

Em busca dos superalimentos que crescem na Amazônia, os participantes colhem inhame, cará de espinho, taioba e batata ariá, poderosos carboidratos capazes de substituir as tradicionais batatas portuguesas e o arroz importado, nos proporcionando mais saúde, acesso e liberdade.

Após a colheita, se cria um buffet PANC feito por várias mãos e orientado pela gastrônoma Janaina Marinho, criamos o Buffet PANC, composto por salada PANC colorida e cheia de flores, moqueca de banana da terra e inhame, o caldo de caridade com ovo e batata ariá, caponata de casca de banana e pão de pupunha, macarrão tipo nhoque de cará de espinho, farofa de jurubeba e corama, brincadeira com biomassa e cupulate e um mousse de inhame e coco.

A gastrônoma explica que, para além dos benefícios e prazeres gastronômicos, a atividade é transformadora por estimular também a conscientização alimentar. “O ‘Decolonize seu prato’ mostra que, de fato, tornar o seu prato livre, em todos os sentidos, é ter autonomia sobre o que comer, é nos entender responsáveis sobre o impacto da nossa alimentação no planeta. Vai muito além de comida. É conexão, consciência alimentar e cura! Fico feliz em poder ajudar a criar um menu PANC delicioso, com receitas simples e ingredientes orgânicos, feitas por várias mãos, em uma cozinha no meio da floresta, no fogão a lenha, no tempo da natureza”, diz Janaina Marinha.

Sobre as transformações na saúde, a nutricionista Camila Cyrino destaca os benefícios dos superalimentos amazônicos na prevenção de doenças. “Todas essas batatas compõem, principalmente, nutrientes e carboidratos que nos dão energia. Também contém muitas fibras que ajudam no funcionamento do nosso intestino. A pupunha contém a provitamina A, uma grande fonte de antioxidante, é uma gordura muito boa para nosso organismo. São todos alimentos frescos e mais preservados que vão ter papel de prevenir doenças”, explica Cyrino. Veja vídeo:

’Agricultura Participativa’

Todo mundo quer comer bem, mas a sociedade perdeu o saber de plantar. O projeto ‘Agricultura Participativa’ possibilita contato com a terra e nos convida, pelo menos por um dia, a sair do consumismo e nos responsabilizar pela escolha dos próximos alimentos. Historicamente desvalorizada pela burguesia, a agricultura tem o papel importante de alimentar o povo.

“Nós sonhamos com uma sociedade onde educação, arte e agricultura faça parte do dia a dia, onde as pessoas não abram mão da sua saúde consumindo ultra processados, que lutem contra as empresas que fazem lucro em cima da nossa saúde”, explica Nora Hauswirth, co criadora do projeto.

Compartilhar e colaborar são dois elementos essenciais para o desenvolvimento plural. Como coletivo, o Arte e Escola na Floresta forma um ecossistema que une artistas, curadores, agricultores, pesquisadores, músicos, cozinheiros, designers, arquitetos, ecologistas e médicos. Com o objetivo de promover a iniciativa de cada indivíduo através de projetos artísticos e culturais, o coletivo estimula que os participantes ofereçam atividades baseadas em processos, diálogos e ações de impacto ao público.

Saúde que vem da terra

Sabia que cultivar a terra faz bem para o físico e o mental, sendo ao mesmo tempo um ato político? A saúde mental está associada ao equilíbrio das diversas áreas que compõem a nossa vida como trabalho, relações sociais, familiares e grupos dos quais participamos.

Durante os eventos da ‘Agricultura Participativa’, oferecemos formação da terra ao corpo, ensinamentos agroecológicos, plantamos árvores, manejamos sistemas agroflorestais, produzimos fertilizantes com recursos encontrados no local, e produzimos muito alimentos. As vivências são realizadas no Centro Treinamento Agroflorestal CTA, no corredor ecológico da Reserva Adolphe Ducke, criado pelo Museu Amazônico MUSA como extensão botânica agrícola.

Estar em contato com a natureza e trabalhar em coletividade tem efeito terapêutico, pois nos lembra daquilo que é íntimo ao ser humano: um ser gregário e criador, características estas, podadas e tolhidas na sociedade materialista, individualista e consumista na qual vivemos.

Educação Livre

Para que os participantes possam colaborar com sugestões de conteúdo, a Arte e Escola na Floresta usa a Openki.net, plataforma de educação alternativa onde se sugere o que aprender ou ensinar, propondo assim, quebrar os binários entre professor-estudante, artista-espectador, especialista-amador e propor estruturas flexíveis que produzem coletivos e o aprendizado mútuo.

Para consultar as atividades e realizar inscrições na Arte & Escola na Floresta acesse: Instagram: instagram.com/arteescolanafloresta – https://bit.ly/3qJD8aX

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