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DJ ‘Poderoso’ receberia R$ 10 mil pelo ataque contra helicópteros do Ibama em Manaus

O mesmo valor seria pago ao comparsa do DJ e aos dois envolvidos no incêndio dos aparelhos
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O crime ocorreu no final do mês passado, em Manaus - Reprodução

Manaus (AM) – As investigações em torno do grupo suspeito de promover a destruição de dois helicópteros do Ibama, no dia 24 de outubro, continuam revelando detalhes sobre o esquema. O crime ocorreu no dia 24 de janeiro.

De acordo com o inquérito da Polícia Federal, o empresário Aparecido Naves Junior, preso na quarta-feira (2), em Goiânia, suspeito de ser o mandante do incêndio, teria prometido pagar cerca de R$10 mil a Wisney Delmiro, conhecido como “Dj Poderoso”, apontado como como um dos intermediadores da ação criminosa, que fez a ponte entre Naves Junior e os homens que incendiaram as aeronaves.

O mesmo valor seria pago ao comparsa do DJ e aos dois envolvidos no ataque.

Por volta das 4h da madrugada do crime, o sistema de vídeo de segurança do aeroclube registrou dois homens com um galão de combustível que, depois de pularem o muro, incendiaram os helicópteros. A dupla deixou para trás o recipiente e o isqueiro e entrou rapidamente em um carro branco que os esperava perto do aeroclube.

No dia seguinte, agentes da PF bateram na porta do motorista do veículo e o prenderam, depois que três letras da placa, alguns amassos na lataria e um adesivo, captados pelas câmeras de segurança, ajudaram a identificar o carro. A partir daí, a polícia chegou ao nome dos dois autores do incêndio, Warlison Pereira e Arlen da Silva, e dois intermediários do esquema, Thiago Souza da Silva e do Dj Poderoso.

Naves Júnior é apontado por envolvimento com atividades de garimpo ilegal nas terras indígenas ianomâmi em Roraima. A investigação da PF concluiu que o incêndio dos helicópteros teria sido uma represália a ações de fiscalização e repressão ao garimpo ilegal no estado ao longo de 2021.

O empresário foi preso pela equipe que realiza a Operação Acauã, iniciada na semana passada. A Polícia Federal já havia detido o motorista suspeito de ter levado e retirado os responsáveis pelo incêndio, os dois homens filmados pulando o muro do Aeroclube do Amazonas para atear o fogo nos aparelhos e outras duas pessoas acusadas de serem intermediárias da encomenda e do pagamento pelo crime. Após as prisões, eles reconheceram Naves como o autor intelectual do ataque.

Ataque ao Ibama

Desde o meio do ano passado, a PF e o Ibama fazem operações frequentes para desmantelar os garimpos na área ianomâmi, invadida durante a pandemia por mais de 20 mil garimpeiros. No fim de 2021, o governo federal anunciou que apreendeu mais de 111 aeronaves usadas na extração ilegal de minério em Roraima — 22 delas foram destruídas no local em que foram descobertas. Além disso, as forças de segurança também inutilizaram mais de 80 pistas de pouso irregulares na mata fechada.

Como a região não tem estradas e os rios são longos e sinuosos, os aviões são o principal meio de transporte dos garimpos ilegais em Roraima, além de fonte de abastecimento de combustível e comida.

Na Receita Federal, Naves Júnior aparece como dono de quatro empresas de reciclagem de peças de moto e de carros, de resíduos e de sucata, uma delas com o nome de Eco Nacional. Os empreendimentos são avaliados em R$ 380 mil. Três deles funcionam em Goiás e um, em Minas Gerais.

A PF suspeita que as empresas eram fachada para a verdadeira fonte de lucro do empresário: a extração ilegal de ouro e cassiterita da Amazônia. A defesa de Naves Júnior não foi localizada pela reportagem para comentar as acusações.

*Com informações do O Globo.

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