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‘Dra. Beauty’: falsa biomédica foi professora da rede estadual de ensino do Amazonas

Hozana Carneiro Ximenes, formada em matemática, foi contratada pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) em regime temporário
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Falsa biomédica foi presa no Amazonas Foto: Reprodução

Antes de conquistar fama em Manaus como “Dra. Beauty”, a falsa biomédica presa na última quinta-feira (10), suspeita de realizar procedimentos estéticos sem autorização em pacientes, trabalhou como professora da rede estadual de ensino do Amazonas.

Formada em matemática, Hozana Carneiro Ximenes foi contratada pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) em regime temporário entre 2011 e 2016. Uma ex-aluna reconheceu a impostora nas redes sociais e se espantou com a “versatilidade de profissões” dela.

Uma das instituições em que a falsa biomédica lecionou foi a Escola Estadual Brigadeiro João Camarão Telles Ribeiro, conveniada à Força Aérea Brasileira (FAB). Em nota enviada ao GLOBO, a Seduc informou que Hozana teve seu contrato encerrado com o estado em dezembro de 2016. Segundo a pasta, “os contratos temporários, em sua maioria, são válidos pelo período de um ano e são prorrogados somente se houver necessidade e interesse da administração”. Ao contrário das dezenas de denúncias na área da estética, Hozana não tem registro negativo em seu histórico como professora.

A informação de ser uma boa docente é confirmada por uma ex-aluna de Hozana, que a retratou como “séria” e “de boa lábia”. Elen, que preferiu não divulgar o sobrenome, teve aulas de física com a falsa biomédica em 2012, quando cursava o terceiro ano do ensino médio na Escola Estadual Brigadeiro João Camarão Telles Ribeiro, em Manaus. De acordo com ela, a confiança em Hozana fez com que ela quase se tornasse vítima de seus falsos cuidados estéticos em 2020.

“Ela era uma boa professora na escola, inteligente, sabia o que estava ensinando. Mas lábia ela sempre teve, sabia conversar muito bem, passa credibilidade. Ela fazia lives falando que PMMA (sigla para Polimetilmetacrilato) era ruim, e que ácido hialurônico era melhor para determinados procedimentos. Eu procurava no google e realmente apareciam informações iguais. Então, eu acreditava e cheguei a falar com ela que queria reduzir a papada e o monte de vênus”, relatou a jovem.

Elen disse que se interessava pelos serviços de Hozana pelo baixo custo. Nas clínicas em que ela atendia, as vítimas pagavam cerca de R$ 3 mil em procedimentos que custam R$ 15 mil. A ex-aluna só se esquivou da impostora por morar longe de uma das clínicas que ela atendia, no Centro de Manaus, e não ter conseguido conciliar horários.

“Quando eu vi que ela foi presa eu fiquei incrédula, porque ela foi minha professora. Nunca deixou transparecer nada. No curso de inglês que já fiz em uma empresa de idioma dela eu via que ela era desorganizada e não tinha comprometimento com os alunos, mas nunca imaginei que ela se passaria por biomédica”, disse Elen.

Seis anos depois do ensino médio, Elen voltou a se encontrar com Hozana em uma escola de idiomas presidida pela suspeita. O Instituto Social do Estudante do Amazonas (ISEAM), fundado em 2017, oferecia aulas de inglês, espanhol, japonês, francês, alemão e libras, e também atraía alunos pelo baixo custo. No entanto, a má administração causou transtornos à Elen, que decidiu abandonar o curso.

“Me matriculei com o meu sobrinho, mas fui apenas a três aulas porque os professores não compareciam, mudavam o local do curso toda semana, geravam boletos errados, e era uma dor de cabeça sem fim”, relatou a jovem.

Entenda o caso

Hozana Carneiro Ximenes, de 35 anos, foi presa nesta quinta-feira, após investigações apontarem que ela deixou, ao menos, dez vítimas deformadas após procedimentos irregulares. De acordo com a Polícia Civil, Hozana assistia a tutoriais na internet antes de realizar os procedimentos nos pacientes.

Com informações do Extra

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