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“É carta fora do baralho em 2022”, diz Bolsonaro sobre Lula

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Durante entrevista para o programa Poder em Foco, veiculada no último domingo (22) pelo site Poder 360, em parceria com o SBT, o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) afirmou que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) “é carta fora do baralho” para as eleições de 2022.

Olha, o Lula, mesmo que ele não vá à prisão e continue em liberdade, já está condenado em 2ª Instância. Não vai disputar as eleições. Ele não é cabo eleitoral para mais ninguém. Quando eu andava pelo Brasil na pré-campanha, era recebido nos aeroportos por milhares de pessoas. A imprensa não noticiava isso. O Lula agora, nas suas poucas andanças pelo Brasil, é criticado, é vaiado. Então, eu acredito que o Lula já é uma carta fora do baralho”, disse Jair Bolsonaro.

O ex-presidente Lula foi condenado em 2 processos da Lava Jato em 2ª Instância, no caso do tríplex do Guarujá e no do sítio de Atibaia. Pela Lei da Ficha Limpa, é inelegível.

Apesar de descartar Lula da disputa presidencial em 2022, Bolsonaro diz que o PT ainda exercerá sua influência: “Até porque são especialistas em mentir. É o tempo todo mentindo e criando factoides. Esses sim, são fake news. Então, uma parte da população ainda vai ser levada a votar na esquerda”.

O militar diz, no entanto, que “a esquerda não terá a mínima oportunidade”.

O capitão reformado do Exército fez 1 balanço de seu 1º ano de governo durante a entrevista, gravada no estúdio do SBT, em Brasília. Exaltou o desempenho da economia, com baixa taxa de juros, inflação controlada e risco Brasil caindo para níveis do início da década.

A respeito de criar 1 imposto sobre transações eletrônicas, não negou. Mas disse que “isso tem de ser muito bem discutido com a sociedade, acalmando a sociedade”, e que seria necessário eliminar algum tributo para colocar uma eventual CPMF no lugar. Preferiu não detalhar: “Nem se toca nesse assunto para evitar ter uma manchete no Natal de que eu quero recriar a CPMF. Isso não é verdade”.

Ao falar a respeito de sua atual encarnação liberal-econômica, relata que a conversão se deu depois de conhecer Paulo Guedes em 2018, na fase de sua pré-campanha a presidente: “Fui estatizante e ele me convenceu. Nessa questão econômica me converti. O ser humano evolui”.

A retórica belicosa e cheia de referências a instrumentos da ditadura militar, segundo Bolsonaro, deve ser entendida como “força de expressão”. Do seu jeito, ele explica:

“São forças de expressão. Devem ser evitadas? Sim, devem. Mas eu de vez em quando escorrego. Eu estava lá em Palmas e falei: ‘Se 1 ministro meu for pego em corrupção, eu boto no pau de arara’. Eu usei uma força de expressão inadequada. Quer que eu faça o quê? Devo ser cassado por causa disso? Devo responder a 1 processo de impeachment por causa disso? Agora, se eu tivesse falado em carro-bomba, que é especialidade da esquerda? Eu poderia ter falado em carro-bomba”.

E não seria bom refletir mais e evitar essas expressões? “Mais do que falar são seus atos. Em algum momento eu propus algum controle social da mídia, como o PT fez no passado? Foi aprovado há poucos dias [projeto] para triplicar a pena para quem comete crime de calúnia, difamação e injúria nas mídias sociais. Triplicar! [Haverá] veto da minha parte”.

Voto impresso

Bolsonaro segue defendendo o voto impresso para 2022. Espera ter apoio para a proposta por parte do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ): “Ele falou que é simpático a esse tipo de votação”.

Sobre eleições municipais de 2020, disse que pode manifestar apoio a algum candidato e vir a “subir em 1 palanque”. Mas ainda não declara quem deve apoiar em São Paulo. Descarta apoio à deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) –antiga aliada que deve disputar a prefeitura da capital paulista: “Boa sorte para ela”.

O presidente acha “muito difícil” que seu novo partido, o Aliança pelo Brasil, fique pronto para disputar cargos em 2020. Nesse caso, vai escolher alguns candidatos para apoiar em outras legendas, sobretudo nas capitais. Citou proximidade com o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), sinalizando uma possível aliança na capital da Bahia.

E 2022? O presidente não poderia ser mais direto: “Se eu estiver bem, eu disputo a reeleição”.

Bolsonaro acha que seu governo merece nota 7 pelo desempenho neste 1º ano de mandato. Para ele, faltou mais articulação –reflexo da “inexperiência de alguns ministros”. Não mencionou nomes.

Elogios

Durante cerca de uma hora de conversa, Bolsonaro elogiou a atuação dos ministros Paulo Guedes (Economia), Marcelo Álvaro Antônio (Turismo), Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), Abraham Weintraub (Educação), Ricardo Salles (Meio Ambiente), Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura), André Mendonça (Advocacia Geral da União) e Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública).

Sobre mudanças na Esplanada em 2020, diz que, por enquanto, “não há intenção, mas pode acontecer de uma hora para outra”, tanto por deficiência de desempenho ou se aparecer algum caso de corrupção. Negou, entretanto, que ministros como Abraham Weintraub, Bento Albuquerque (Minas e Energia) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) estejam para ser dispensados, como foi publicado pela mídia em semanas recentes.

Privatizações

A respeito de privatizações em seu governo, descarta a venda da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil. A Petrobras, indica, deve ficar mais enxuta. Sua ideia é “privatizar algumas subsidiárias” da estatal.

A venda dos Correios é certa. No caso da Eletrobras, afirma ser inevitável a privatização, pela incapacidade do governo de investir no setor.

O chefe do Executivo diz ainda que o Estado não tem recursos para ampliar a rede de gasodutos no Brasil e dar vazão à produção do pré-sal para o interior do país. Isso deve ficar para a iniciativa privada. Cita nessa resposta o Novo Mercado de Gás.

Bolsonaro confirma que André Mendonça, titular da AGU, é forte candidato a ser o seu 1º indicado para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal): “É fato”.

O presidente escolherá 2 nomes para o Supremo em seu mandato. O 1º indicado deve substituir Celso de Mello, que em 1º de novembro de 2020 completa 75 anos, idade na qual os membros da Corte são obrigados por lei a se aposentar. O 2º indicado deve ir para a cadeira de Marco Aurélio, que completará a idade limite em 12 de julho de 2021.

Indagado sobre Sergio Moro ocupar uma cadeira no STF, Bolsonaro declara que nunca teve compromisso em relação a isso. A ideia, reafirma, é que o 1 dos indicados seja evangélico. A decisão seria uma resposta à criminalização da homofobia, decidida pelo Supremo em 13 de junho de 2019.

Fake news e homofobia

Bolsonaro chama de “fake news” reportagens que o acusam de ser “homofóbico, racista, fascista, de não gostar de nordestino, xenófobo”. Afirma que em seu governo “não há perseguição a minorias”. E repetiu uma ressalva, sempre presente em suas declarações: “Só não queremos que a minoria dite as regras para nós, maioria”.

O presidente nega que tenha câncer de pele. Em 11 de dezembro, Bolsonaro foi submetido a 1 procedimento para “retirar lesões verrucosas” na face e na orelha no Hospital da FAB (Força Aérea Brasileira) para investigar uma possível suspeita de ter a doença.

Questionado sobre ter reclamado da mídia que apenas havia noticiado o que ele próprio dissera, afirmou que alguns veículos deram destaque ao fato, enfatizando a possibilidade de câncer, e que essa ênfase seria “fake news”.

Sobre política externa, Bolsonaro afirma que a tendência é o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não sobretaxar o preço do aço e do alumínio brasileiro. “Foi sobretaxado o aço ou o alumínio? Não foi. Então, o Trump pode ter tido feito aquele tipo de declaração em 1 momento de falta de mais números na frente dele”, declara.

Confira a entrevista

Por Poder 360

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