O presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido) disse que a decisão do Senado Federal em derrubar o veto que proibia reajuste a servidores causará “um prejuízo de R$ 120 bilhões ao Brasil”. A informação foi dada pelo presidente aos apoiadores, nesta quinta-feira (20).
O assunto ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados, que pode optar por derrubar ou manter o veto. “Ontem [quarta-feira], o Senado derrubou um veto que vai dar um prejuízo de R$ 120 bilhões para o Brasil”, disse Bolsonaro.
Durante a negociação de repasses federais aos estados e municípios, o congelamento de reajustes até dezembro de 2021 foi uma contrapartida exigida pelo governo para o pacote de socorro de R$ 60 bilhões.
Em conversa com apoiadores, Bolsonaro declarou que é necessário que todos ajudem o pais “sair do buraco”. “Então, eu não posso governar um país, se esse veto for mantido na Câmara, é impossível governar o Brasil, é impossível, tá certo? Não é só minha, é de todo mundo a responsabilidade de ajudar o Brasil a sair do buraco”, finalizou o presidente.
O assunto está repercutindo inclusive nas redes sociais de parlamentares amazonenses, entre eles o senador Plínio Valério (PSDB-AM), que disse se o veto presidencial for derrubado o país vai sofrer um grande prejuízo.”O repasse de R$60 bilhões a estados e municípios, que aprovamos, foi possível com a condição de não haver aumento do funcionalismo na pandemia. Esses tem estabilidade, enquanto milhões não tem salário nenhum. É nesses que temos que pensar agora. Oposição para arrebentar excluídos?”, disse o parlamentar.
Plínio disse ainda que está entre os 30 senadores que votaram em favor do veto e diz que o Legislativo não poderá cobrar a manutenção de gastos. “Sou um dos 30 que votaram para manter o veto ao reajuste do funcionalismo. Fomos derrotados por 42 votos no Senado e se o veto cair hoje na Câmara, serão cerca de R$100 bilhões que podem ser retirados da área social e do auxílio emergencial. Temos que ter responsabilidade nesse momento”, finalizou Plínio.
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Auxílio Emergencial
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (19) que o auxílio emergencial deve ser prorrogado por mais alguns meses, podendo ser estendido até o final do ano.
A declaração foi dada durante cerimônia, no Palácio do Planalto, em que o presidente sancionou duas medidas provisórias (MP) aprovadas pelo Congresso Nacional, a que institui o Programa Emergencial de Suporte a Empregos (MP 944/20), e a que cria o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (MP 975/20).
Segundo o presidente, o valor do benefício aos informais pesa nos cofres públicos e, por isso, deverá ser reduzido nos próximos pagamentos.