BRASÍLIA – Na disputa pela Presidência da República, o Partido dos Trabalhadores (PT) está buscando, em Brasília, aproximação dos partidos do centrão? Esse é um questionamento do público envolvido no meio político após a divulgação de uma imagem que mostra os dois ex-presidentes do Brasil, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luís Inácio Lula da Silva (PT), na semana passada.
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A foto viralizou no dia 21 deste mês e foi registrada durante um encontro promovido pelo ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim, em sua casa, em São Paulo.
Em entrevista on-line, nesta sexta-feira (29), à imprensa amazonense, o petista disse que a reunião com Fernando Henrique foi exatamente para decidir sobre a democracia no Brasil.
“Somos ex-presidentes de partidos políticos diferentes, adversários políticos, mas de partidos civilizados – em que a gente disputava, brigava, divergia, mas nunca saíamos do campo da normalidade política. Hoje, nós temos um presidente que não discute, não debate, só sabe falar palavrão, xingar, e só sabe apelar aos milicianos para dar sustentação no que ele anda falando”, dispara Lula sobre Bolsonaro.
Discurso para convencer
Para o ex-presidente, é preciso que os adversários de Bolsonaro tenham um discurso para convencer a sociedade brasileira de que não há uma saída fora da política.
“Quem achar que há essa saída sem ser pela política vai quebrar a cara assim como aconteceu com o Jânio Quadros, o Fernando Collor e tá acontecendo com o Bolsonaro. É importante que a gente se junte para poder recuperar a democracia. Que saia quantos candidatos for necessário, vão ficar dois e o Brasil escolhe quem é o melhor para democracia e para o bem-estar do povo brasileiro”, enfatiza o petista.
Trânsito no meio político
Sobre a ida à Brasília, esse mês, Lula explicou que andou conversando com representantes de movimentos sociais, sindicais e também políticos. Para ele, é preciso dialogar para discutir sobre os interesses da Nação.
“Não é possível você dizer que não gosta de político e que todo político é ladrão. O Congresso Nacional é o estado psicologico do povo brasileiro logo após a eleição. Então, você precisa conversar com todas as forças políticas da nação, das pessoas que você gosta e não gosta, daquelas que você tem afinidade ideológica ou não – quando você coloca os interesses do povo brasileiro acima de qualquer coisa”, avalia Lula.
‘É preciso aliança‘
O petista ressalta que não é possível governar o país sozinho, não é possível um país governar sozinho e que não é possível você fazer sozinho as mudanças que o país precisa para retomar o crescimento, o desenvolvimento e a geração e distribuição de riquezas.
“Conversei com 60 deputados em Brasília, dirigentes partidários, sindicais e movimentos sociais. Vou continuar conversando com todos que compõem a nossa querida Nação”, garante Lula.