Manaus – Com o ‘Tribunal do Crime’ não tem conversa. Se escreveu e não leu vem a sentença de extrema violência, frieza e crueldade. Não importa o nome da facção que se faz parte, a conta é sempre igual.
Na noite desta quinta-feira (19), em um rip-rap próximo à Grande Circular, no São José, zona Leste de Manaus, virou cenário de mais um julgamento do ‘tribunal do crime’. Membros de uma facção invadiram um beco onde estavam quatro pessoas “que vacilaram e os traficantes lhe castigaram com tiros como penalidade”.
Dentre o grupo que ‘pagou’ a penalidade, havia três homens e uma mulher, que desta vez tiveram até sorte, pois foram baleados com tiros na mão direita, que atravessou o membro, mas tiveram suas vidas poupadas.
Quatro vítimas foram encaminhadas para o Hospital e Pronto-Socorro Platão Araújo, para procedimentos médicos.
Mas nem sempre é assim. Somente esta semana, vários homicídios foram registrados pelas Polícias Militar e Civil. Todas as mortes tiveram características de execução – quando a morte é realizada com crueldade e uma espécie de queima de arquivo, uma penalidade com características específicas desde o planejamento e execução do ‘castigo’ e penalidade, já conhecidas da polícia.
A maioria desses crimes são realizados por rixa entre as facções e também em locais com forte domínio de traficantes.
Algumas dessas pessoas que se envolvem nesse tipo de criminalidade, entram por falta de oportunidades, e são “obrigadas” a se enveredar pelo sombrio mundo do crime.
No entanto, o preço que se paga por isso é bastante alto, quase sempre vão para a cadeia, morrem ou vivem em constante humilhação pelo criminosos de maior ‘patente’ que agem contra rivais ou que são julgadas a revelia como devedores dos bandidos.
Texto: Conceição Melquíades
Informações do repórter: Felipe David
Imagens: Diego Borges
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