O jovem Henrique Moysés, de 19 anos, morador de Cidade Dutra, na zona sul de São Paulo, a quase 25 km do centro da cidade, disse que frequenta a igreja até hoje, mesmo sendo homossexual assumido. Ele disse que não importa se as pessoas sabem ou não. Ele frequenta uma igreja conhecida por ser rígida e bem tradicional.
“Uma coisa que essas pessoas precisam entender é que igreja é amor e na Bíblia diz para amar o próximo como a ti mesmo. Então, não vou deixar a minha fé de lado por conta da minha orientação sexual”, afirma.
De acordo com ele ‘é muito complicado porque muitas pessoas vão te julgar, repreender, é preciso ser forte’.
“Já passei por isso, mas não ligo. O negócio é entre mim e Deus, não entre mim e as pessoas da igreja. Me sinto bem naquele espaço, onde posso adorar e exercer a minha fé”, disse.
Por conta de seu jeito afeminado em toda a adolescência, Henrique conta que sofria agressões verbais constantemente na escola em que estudava no ensino fundamental. “Tinha uns meninos que todos os dias me perturbavam. ‘Seu bichinha, seu viadinho’, me falavam. Diziam que o meu banheiro era o das meninas. Eu chorava e vivia na diretoria”, desabafa.
Segundo ele, era o fato de ter de guardar toda a angústia para si. “Era péssimo porque eu guardava isso para mim. Eu não contava para os meus pais”. Ele disse que foi neste ano de 2020 que se assumiu para os pais.
“Sentei com a minha mãe e quando comecei a conversar com ela parecia que tinha algo prendendo a minha garganta que não deixava eu dizer: ‘mãe, eu sou gay!’. Parecia que tinha um cadeado bloqueando a minha fala.” Os pais do estudante são evangélicos e, de acordo com ele, sua mãe ficou em choque na hora.
Com informações do Catraca Livre .
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