Brasil – Uma solicitação do exército brasileiro para comprar mísseis antitanque dos Estados Unidos está congelada há meses. O motivo do travamento é devido às preocupações de parlamentares americanos com a postura do presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o veículo de notícias norte-americano Reuters, uma dessas preocupações seria ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro.
A proposta do Brasil é adquirir cerca de 220 mísseis no valor de cerca de US$ 100 milhões (equivalentes a quase R$ 600 milhões de reais). O pedido foi feito, inicialmente, em 2020, quando o ex-presidente Donald Trump, aliado de Bolsonaro, ainda estava na Casa Branca.
O Departamento de Estado aprovou a proposta no final do ano passado, apesar de objeções por parte de algumas autoridades de baixo escalão.
Mas o acordo sigiloso, que não havia sido divulgado anteriormente, está emperrado em um limbo processual, por causa da crescente preocupação entre os parlamentares democratas dos EUA quanto aos questionamentos que Bolsonaro tem feito sobre a integridade das urnas eletrônicas.
O pedido do Brasil pelos mísseis acabou travado devido a um esforço liderado pelos democratas para enviar uma mensagem a Bolsonaro e às Forças Armadas brasileiras. Segundo uma fonte que acompanha as negociações, elas estão caminhando lentamente no Congresso e “não devem ir a lugar nenhum tão cedo”.
A postura do governo americano reforça as ameaças de Bolsonaro ao sistema eleitoral e indica como o Brasil pode se tornar mais isolado internacionalmente, caso Jair siga o exemplo de Trump e se recuse a aceitar uma eventual derrota na eleição de outubro.
O governo do presidente dos EUA, Joe Biden, ainda assombrado pela invasão do Capitólio por parte de apoiadores de Trump em 6 de janeiro de 2021, tem se mostrado cada vez mais aflito com os comentários autoritários de Bolsonaro, chegando a enviar delegações a Brasília para pedir cautela.
Bolsonaro tem ignorado os apelos. Em vez disso, continua questionando a credibilidade do sistema de votação eletrônica do Brasil e alegou fraude em eleições recentes, sem fornecer provas.
Ainda assim, pelo que as fontes familiarizadas com o assunto revelaram ao Reuters, tudo indica que o Departamento de Estado sob Biden demonstrou inclinação positiva ao acordo após discussões superficiais, ignorando preocupações de diplomatas dos EUA no Brasil e de autoridades de baixo escalão em Washington.
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