Manaus (AM) – A morte de João Isaac Ferreira de Oliveira, 58 anos, em uma embarcação que seguia para Manaus, gerou forte revolta entre familiares e passageiros. O caso, que aconteceu nesta semana, está sob investigação da Marinha e da Polícia Civil. A vítima foi enterrada como indigente em Óbidos (PA) durante o trajeto.
De acordo com testemunhas, João teria ingerido bebida alcoólica durante a viagem e discutido com o comandante do barco. O desentendimento, no entanto, terminou de forma trágica: passageiros afirmam que o trabalhador foi empurrado, levado ao porão e acabou caindo no rio. No dia seguinte, o corpo foi encontrado já sem vida.
A família acusa a tripulação e autoridades locais de enterrar o corpo sem qualquer comunicação oficial aos parentes. A esposa, Dona Ana, relata que só foi informada por uma passageira que localizou um caderno com contatos dentro da mala da vítima.
Indícios de violência
Além da falta de informações, os parentes contestam as condições em que o corpo foi encontrado. Segundo relatos, havia ferimentos graves e sinais de ataques de piranhas, o que levantou ainda mais suspeitas sobre a conduta da tripulação.
Uma passageira que ajudou a identificar a vítima também relatou que sofreu assédio dentro da embarcação e foi hostilizada após denunciar a situação. “Tudo isso aconteceu porque eu tentei ajudar. Foi revoltante, uma cena desumana”, afirmou.
“Tá aqui as coisas dele, aqui. Enterraram ele lá em Óbidos, pra ocultar o corpo. A família nunca ia saber, eles nunca iam saber. Eu que avisei, eu peguei o caderno dele e avisei. Botaram o corpo do cara lá, pô, em Óbidos, jogaram ele lá como um cachorro, entendeu? Ficaram me coagindo, me xingando lá. O comandante do Ana Beatriz matou o pai dela. Era trabalhador”, disse a mulher que estava na embarcação.
O comandante da embarcação e outros tripulantes já foram ouvidos pelas autoridades. A Marinha acompanha o caso e deve apurar eventuais crimes, incluindo omissão de socorro.
A família de João exige que o corpo seja transferido para Manaus e cobra punição aos responsáveis. “Queremos justiça e não vamos deixar esse caso cair no esquecimento”, reforçou a viúva.
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