Manaus (AM) – Após a explosão de novos casos da Covid-19 em Manaus, unidades de grandes redes de farmácias que atuam na capital são fortemente impactadas com falta de estoque de testes para identificação da doença. A situação preocupa a população que em busca de diagnósticos lotam os centros de testagens oferecidos pela rede pública de saúde.
Em uma semana, a capital amazonense registrou mais de 20 mil novos casos da Covid-19. E na noite desta quarta-feira (20) as autoridades sanitárias confirmaram a predominância em 93% da variante Ômicron nos casos analisados no Amazonas.
O Sindicato do Comércio Varejista de Drogas do Amazonas (Sindidrogras) informou que o estoque está baixo em função da demanda “os estados estão ficando sem testes e a ordem e priorizar nas redes públicas”, informou a Sindidrogas por meio da assessoria.
A assistente de Recursos Humano, Marcela Freitas, buscou o exame após oito de seus colegas de trabalho testarem positivo. Ela conta que já tomou as duas doses da vacina da Pfizer e que começou a sentir dor de cabeça no domingo (16). Na segunda-feira (17) após sair do trabalho ela foi a uma farmácia para fazer o teste, mas enfrentou dificuldade no procedimento.
“Pedi para minha tia ligar para a farmácia e perguntar se havia exame e quanto custava. Ela tentou ao menos duas vezes pelo telefone e outras duas pelo WhatsApp. Sem resposta, resolvi ir direto à farmácia. Demorou aproximadamente 50 minutos”, disse Marcela.
De acordo com uma atendente de uma das drogarias do Grupo Tapajós, que abastece as farmácias Santo Remédio, FarmaBem e Flexfarma, o teste de Covid tinha previsão para chegar nesta quinta-feira (20), mas só vai chegar na próxima semana. “Não tem um dia certo para chegar e o preço pode não ser o mesmo cobrado antes”, disse a atendente.
O teste PCR, exame que é feito coletando por secreção naso-orofaringe com um cotonete custa, em média R$ 48,49 e o de sangue, R$ 58,99. O resultado sai em 30 minutos.
Sabrine Cordeiro, coordenadora de serviços farmacêuticos do Grupo Tapajós, confirmou que a demanda por teste rápidos cresceu nos últimos dias. “Saímos de uma média diária de 200 testes na primeira semana de janeiro para 2 mil testes por dia, nos três últimos dias da semana que passou”, disse.
A coordenadora disse, ainda, que “devido à alta procura, em algumas unidades das nossas redes (Santo Remédio, FarmaBem e Flexfarma) houve menor disponibilidade de testes para antígeno, mas continuamos a oferecer os testes de anticorpos (IGG e IGM).”
Os estoques, segundo Sabrine, devem ser regularizados até o fim desta semana, tão logo a fornecedora dos testes atender o pedido.
“Estamos buscando de todas as formas conseguir os produtos, mas, como a alta demanda é em nível de Brasil, há uma escassez nacional, não sendo este um problema só da nossa região”, explicou.
A demanda por antigripais, vitamina C, antialérgicos, Vitamina D e outras vitaminas associadas ao fortalecimento do sistema imunológico, como os polivitamínicos também teve alta na procura. “De dezembro para cá houve crescimento em torno de 25%, e a previsão é fechar o mês nesse patamar, com tendência de alta. Porém, nossos estoques estão abastecidos e não temos previsão de rupturas,” disse Sabrine
Aumento de preços
Sobre o possível aumento de preços, a coordenadora disse que até dezembro e início de janeiro, os fornecedores mantiveram os preços dos insumos num determinado patamar, mas agora estão cobrando o dobro do que vinham praticando.