Ele trabalha em duas agências, uma nacional e outra internacional. Foto: Reprodução/Facebook
O fotógrafo amazonense Edmar Barros vai promover um bate-papo contando sua experiência na cobertura realizada em torno do desastre ambiental de Brumadinho (MG), em janeiro de 2019.
O evento vai acontecer neste sábado (25) na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Amazonas, situada na Praça Santos Dumont, nº 15, Centro de Manaus, com entrada gratuita, a partir das 17h.
Com o tema ‘Brumadinho: Tragédia e Heróis’, Edmar irá mostrar uma seleção de fotografias inéditas e que já foram veiculadas pela mídia, mostrando todos os detalhes, destacando a origem e a repercussão que teve no Amazonas e no Brasil.
Neste sábado a tragédia ambiental completa um ano, foi pensando nisso que Edmar teve a ideia de fazer um bate-papo para falar sobre a sua experiência na cobertura fotojornalística na cidade mineira.
“A ideia inicial do evento foi minha, bati o martelo na quarta-feira (22) e decidi que não poderia passar em branco a repercussão de um ano da tragédia de Brumadinho. Ele tem o objetivo de homenagear os bombeiros e voluntários que estão lá até hoje, é considerado a maior operação de resgate do país”, disse Edmar.
Grande parte das fotografias do profissional saiu em jornais como Estadão e O Dia e sites como Terra, G1 Minas Gerais e Jovem Pan.
Desafios
Edmar contou que passou 11 dias em Brumadinho, ele disse que a sua chegada na cidade mineira foi um verdadeiro desafio por conta das consequências que o rompimento da barragem trouxe para o local.
“Foi muito complexo. Fui seis dias depois do rompimento da barragem. Então, só pra chegar lá foi difícil, cada dia que passava se aumentava as barreiras para ninguém passar. Com o passar do dia foram chegando policiais e tropas do Exército Brasileiro. Vi colegas que foram presos usando drone em áreas que estavam sobrevoando cerca de 30 helicópteros”, revelou Edmar.
Solidariedade
Apesar da dor e comoção que a tragédia proporcionou, Edmar conta que o sentimento de solidariedade e amor ao próximo se sobressaiu por parte dos voluntários que trabalharam na operação de resgate das vítimas.
“Eu sempre falo que posso até esquecer o barulho dos helicópteros, mas nunca vou esquecer o trabalho dos voluntários. Eles eram maravilhosos, sempre chegavam conosco perguntando se estávamos precisando de alguma coisa. Ofereciam açaí, marmita e entre outros”, falou.
Expectativas
O evento mobilizou várias pessoas, entre elas, a jornalista Islânia Lima. Formada em Fotografia pelo Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam), ela contou que já conhecia o trabalho do Edmar e espera adquirir novos aprendizados.
“Já conheço o trabalho dele (Edmar) há um bom tempo. as minhas expectativas é que será um grande momento em que todos terão seus sentidos aflorados, pelo olhar fotógrafo que ele tem e que sensibiliza a todos. Vejo o Barros como um grande profissional de uma sensibilidade surreal”, falou.
A presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Amazonas, Auxiliadora Tupinambá, disse que o bate-papo tem o objetivo de reunir profissionais e estudantes de comunicação.
“O objetivo do evento é mostrar como é feito a cobertura em situações como a de Brumadinho, divulgar o trabalho do fotógrafo, poder trocar experiências e a importância do fotojornalismo. Vamos abranger para os profissionais e estudantes de comunicação”, explicou.
Sobre o fotógrafo
O fotógrafo Edmar Barros é formado em Fotografia pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Trabalha na área há 21 anos, mas como fotojornalista são 18 anos de carreira.
Ele trabalha com duas agências de fotografia e suas fotos são veiculadas a nível nacional e internacional. Ele já material publicado em jornais Folha de São Paulo, Estadão, O Globo, The New York Times, El País e The Guardian.
Além de Brumadinho, participou de coberturas no massacre do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) em 2017, as queimadas na Amazônia em 2019 e de festas como o Festival Folclórico de Parintins e o carnaval de Manaus.
Por João Paulo Castro