Brasil – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse que as Forças Armadas foram “lenientes” com o ex-mandatário Jair Messias Bolsonaro (PL). Para o ministro, ocorreu omissão dos militares com os atos golpistas em 8 de janeiro e também em 12 de dezembro de 2022, quando fascistas tentaram invadir a sede da Polícia Federal (PF) e depredaram carros e ônibus em Brasília, em meio a diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Não acredito que as Forças Armadas tenham se engajado num projeto de golpe. Mas é notório que foram muito lenientes com Bolsonaro. Se não quisermos ver outros exemplos, basta ver esse assentamento de pessoas na frente dos quartéis. Imaginemos que o MST quisesse fazer um assentamento diante de um quartel”, disse Gilmar Mendes em entrevista ao UOL.
Gilmar Mendes defende ainda que sejam aderidos critérios mais rigorosos para militares que queiram pleitear cargos eletivos. “Quem quer fazer carreira política, sair do Exército ou do Ministério Público, que se licencie e saia. Sem poder voltar. Isso seria fundamental e seria uma resposta para essa possibilidade de politização”, declarou.
O magistrado criticou os supostos encontros com o hacker Walter Delgatti Neto com militares antes das eleições de 2022 para discutir sobre a fragilidade das urnas.
“A Justiça Eleitoral se mostrou forte para enfrentar o falseamento dos votos. E todos viram que não havia possibilidade de fraude. Do outro lado, a contestação resultou canhestra. Imagina Walter Delgatti assessorando o Ministério da Defesa. É algo realmente chocante. Como descemos na escala das degradações. Mas as instituições cumpriram seu papel. Tem esse ativo que precisamos reconhecer”, afirmou o decano do Supremo.
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