(Imagem: Neco Bass / Reprodução Portal Tucumã)
“Aqui a gente ajuda o povo, e o povo “ajuda nós”. Assim um homem identificado como “Junior”, 40 anos, explica a atividade de trabalho que vem lhe garantindo renda durante os meses em que a pandemia de coronavírus. Com inúmeros problemas no recebimento dos auxílios emergenciais e as filas formadas pela população para resolver as dificuldades, o homem enxergou uma oportunidade de ganhar dinheiro: guardador de lugar em fila de banco.
O método é simples e gera controversia: com caixotes de feira, os guardadores fazem uma “fila” onde cada caixa representa uma pessoa que pagou entre R$ 20 e R$ 30 para não precisar madrugar na rua. Sem ter a certeza de que serão atendidas, as pessoas preferem desembolsar o valor a permanecer na rua, com seus perigos e imprevistos.
“Existem várias formas de ganhar dinheiro, essa é a nossa. Como estamos há quatro meses aqui, se transformou no meu emprego. Todo dia ganho quase R$ 100, é a média nossa”, conta o “guardador”.
Segundo Junior, às 7 horas da manhã começam a chegar os “donos” das vagas. Ele lembra que no auge da pandemia, o tumulto provocado pela aglomeração de pessoas atrapalhava o trabalho.
“Agora o povo já entendeu que é um ganha pão nosso, tem gente que já vem direto conosco”, explica.
Outro lado
Ao contrário de Junior, tem pessoas que não concordam com a atividade. Outro rapaz que estava na fila, identificado como …, questiona a ação do guardador.
“Eu era pra ser um dos primeiros, mas por causa dele tô me prejudicando. Vou sair quase meio-dia”, conta o entrevistado que disse estar desde as 18h40 no local, também guardando lugar para o marido da sogra.
“Enquanto ou outros tao “de boa” dormindo, nós estamos aqui, correndo o risco de pegar essa chuva que vai vir mais tarde.. Enquanto ele tá ‘arrastando’ quase R$ 200 aí. Vi ver quantas caixa tem aqui. Eu acho isso errado, afirmou .
Raphael Sampaio com informações do repórter Davi Souza