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Isolados, indígenas reclamam da falta de atendimento médico e do descaso do Governo federal

Todo esse monitoramento não é suficientemente capaz de cobrir todos os povos espalhados, principalmente no Amazonas
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Nessa segunda-feira, dia 19 de abril, dia em que se comemora o ‘Dia do Índio’, no Brasil, indígenas pelo país chegaram a protestar, pois dizem não ter o que comemorar neste dia. Pois são anos após anos de muita luta e os mesmos velhos problemas permanecem. E a situação dos povos em situação de vulnerabilidade continua na mesma.

Nestes dois último anos em que o mundo foi marcado pela pandemia de Covid-19, o Amazonas, Estado que possui maior concentração de tribos indígenas é também o que possui um alarmante números de vítimas que morreram em decorrência da doença, da população que perdeu a vida para a doença, cerca de 6772, destes, pelo menos 283 vítimas eram indígenas, segundo dados da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS).

Também foi no Amazonas o primeiro registro de indígena com Covid-19, quando uma mulher da etnia Kokama, de 19 anos, moradora da aldeia São José, em Santo Antônio do Içá, a cerca de 250 quilômetros da fronteira com a Colômbia, recebeu o diagnóstico de Covid-19, confirmada pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) .

Atualmente, existe registro de que 6.772 indígenas foram diagnosticados com o novo coronavírus, e ainda há cerca de 699 indígenas em tratamento, hospitalizados, a taxa de letalidade é de 1,8%, segundo a FVS.

A Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), órgão responsável por coordenar e executar a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e todo o processo de gestão do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS) no Sistema Único de Saúde (SUS).

Existe no Brasil, segundo Plano Distrital de Saúde Indígena:

  • Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI): 34
  • Indígenas: 760.350
  • Etnias: 311
  • Aldeias: 6.238
  • Casas de Apoio a Saúde Indígena (CASAI): 67
  • Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSI): 1.199

Todo esse monitoramento não é suficientemente capaz de cobrir todos os povos espalhados, principalmente no Amazonas, cujo acesso é difícil, pois o Estado com a maior bacia hidrográfica do mundo, também possui estradas em meio as água dos grandes rios e lagos, o que dificulta o direito de ir e vir, conforme prevê a legislação brasileira.

O indígena Marcos Dunu Mayuruna, da etnia Mayuruna, morador de uma aldeia situada no Lago Grande Javari, contou que a luta da população dura mais de nove anos, para que o Governo construa uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e um Hospital, que ofereçam atendimento para o povo indígena.

O problema vai além das sequelas de Covid-19. Os indígenas morrem de picada de cobra, mulheres morrem de parto, pois não existe insumos para o atendimento.

O indígena conta que há na única UBS, uma casa velha de madeira, um técnico e uma enfermeira para atender toda a população, no entanto, não há nem gasolina para o transporte, que é de barco, desses profissionais.

Cidadãos indígenas morrem, principalmente, por picada de cobra, e pela alta prevalência de hepatites virais (A, B, C e D), além de filariose – ou elefantíase, doença parasitária crônica causada por vermes nematóides (as filárias) transmitida por mosquitos-, malária e tuberculose. Essas doenças seriam facilmente tratadas se houvesse uma UBS com insumos e profissionais para o atendimento da população.

Para os Indígenas residentes do Vale do Jamari, em Atalaia do Norte, extremo oeste do Estado do Amazonas, cuja população se aproxima de sete mil pessoas, o problema é o descaso do Governo Federal. São pelo menos seis etnias existentes na região e nenhum recurso:

  • Mayuruna;
  • Matis;
  • Marubo;
  • Kulina;
  • Kanamari;
  • Korubo

O conselheiros Distrital local, Gilmar Sales Mayuruna, relatou que na semana passada, uma criança de 12 anos, da etnia Mayuruna, morreu após ser picada por uma cobra, pois não teve com trazê-la para uma unidade de saúde, devido não ter o óleo diesel para colocar na embarcação.

Além de vacinar contra a Covid-19, que segundo a FVS está dentro da meta

Dívida

Para o deputado Serafim Corrêa (PSB), existe uma dívida muito grande para com a população indígena, visto que, segundo o parlamentar, quando houve a entrada dos portugueses no Brasil, foi uma verdadeira invasão, sem menor respeito ao povo que aqui estava.

“O Brasil tem uma enorme dívida com a população indígena. Isso porque o Brasil não foi um país descoberto. O Brasil, na verdade, foi uma ocupação, uma invasão, sem que tivesse o menor respeito com a civilização local. Pois havia indígenas, mais de seis milhões de índios, com suas mais diferentes tribos e etnias, costumes e crenças. E foram dizimados não só pelo armamento trazido, os fuzis, mas, também, pelas doenças que a população indígena não tinha nenhuma imunidade.”, disse o parlamentar, que sugere que a população indígena seja priorizada na vacinação contra a Covid-19, devido sua vulnerabilidade.

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