Manaus – 28 de março. O que deveria ser uma data comum, tornou-se um momento de dor e tristeza na memória do amazonense. Nesse mesmo dia, em 2014, a população manauara testemunhava um dos maiores acidentes de trânsito já registrados na história.
Um micro-ônibus da linha 825, que pertence ao transporte executivo, bateu de frente com um caminhão por volta das 19h40 na avenida Mário Ypiranga Monteiro, Zona Centro-Sul de Manaus.
Devido ao impacto do acidente, 16 pessoas que estavam dentro do micro-ônibus morreram, entre elas, o motorista do veículo, uma criança e uma grávida. O caminhão prestava serviço para a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf).
O então prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), decretou três dias de luto por conta do acidente.
Relatos
Segundo as testemunhas, o caminhão trafegava no sentido bairro/Centro quando perdeu o controle, atravessou o meio-fio e invadiu a contramão e bateu de frente com o micro-ônibus.
As pessoas também disseram que o micro-ônibus estava lotado e muitos passageiros estavam em pé no interior do veículo.
Universitários que saíam de uma faculdade e funcionários de um posto de combustíveis ajudaram as vítimas.
Seis viaturas do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM), 13 da Polícia Militar e 15 do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) atenderam a ocorrência.
A grávida que estava no micro-ônibus morreu no local do acidente, segundo os bombeiros. Uma equipe médica chegou a fazer o parto da criança, mas ela também não sobreviveu.
Falta de respeito
O acidente gerou uma grande comoção em toda cidade de Manaus. Milhares de pessoas choraram pelo sofrimento dos familiares das vítimas. Entretanto, um gesto que pode parecer simples roubou a cena em poucos minutos.
Algumas pessoas que estavam no local do acidente registraram fotos e vídeos das vítimas. Logo em seguida, elas espalharam em diversos grupos nas redes sociais, causando revolta e indignação.
Em 2014, WhatsApp dava seus primeiros passos e o Facebook, praticamente, já estava consolidado.
Homenagem
A Prefeitura de Manaus realizou neste domingo (28) um culto ecumênico de encerramento da Semana Municipal de Combate à Violência no Trânsito, junto com o Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU).
O evento aconteceu no local do acidente que vitimou as 16 pessoas e contou com a presença do padre Danival de Oliveira da paróquia Nossa Senhora do Carmo, e pelo pastor Alan Ferraz, da Igreja Adventista do Sétimo dia.
Segundo dados do IMMU, o primeiro trimestre de 2021 teve uma redução de 16,67% de mortes no trânsito em comparação aos anos anteriores. Um exemplo dessa redução é a comparação entre os anos de 2011/2021, sendo que em 2011, foram 70 mortes, apenas no primeiro trimestre, já em 2021, foram apenas 35 no mesmo período.
Foto: Jamile Alves
Leia também: Enfermaria de campanha do Exército montada no hospital Delphina Aziz será deslocada para ajudar outros estados
