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Luta e resistência: indígenas levam o nome do Amazonas para o mundo através da arte

A arte é uma forma que os povos indígenas usam para reviver a memória dos seus antepassados e resgatar a identidade cultural de cada etnia
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Manaus – O Brasil celebra nesta segunda-feira (19) o Dia do Índio, um momento usado para refletir sobre os direitos e as necessidades dos povos indígenas. Mesmo com as dificuldades, inúmeros indígenas são reconhecidos no Amazonas e no Brasil por meio da arte.

Entre as artistas de destaque é Duhigó Tukano, que utiliza a pintura para retratar os mitos e costumes do seu povo. Ela é a primeira artista indígena Tukano que participou da Bienal Naifs do Brasil, do Serviço Social do Comércio (Sesc) de Piracicaba, em São Paulo, no ano de 2018.

Duhigó Tukano explica que as obras são resultado do seu imaginário e ressaltou a paixão pela arte.

“Descobri que ser artista é deixar sair de dentro de você coisas que muitas vezes você nem sabe, mas que estão lá. Eu pinto o que não existe mais, e isto é muito importante para o meu povo. As máscaras de ritual, os potes que minha avó usava na aldeia e que os Tukano não fazem mais. Também pinto as lembranças da minha infância na aldeia. Elas só existem na minha memória, no meu imaginário. Pinto para não deixar a minha cultura morrer”, disse.

Em março de 2020 a obra Nepu Arquepu – que significa na tradução da língua indígena Tukano para o português: rede macaco, autoria de Duhigó Tukano, ganhou destaque na revista ArtReview, revista de crítica especializada no universo artístico.

Duhigó Tukano – Foto: Divulgação

História de vida

Outro artista indígena de grande destaque é Dhiani Pa’saro (Pato do Mato), do povo Wanano. Ele produz quadros em pintura e marchetaria.

Ele também somou participação na Bienal Naifs do Brasil. Dhiani Pa’saro ressalta que as obras contam sua trajetória de vida ao longo dos anos.

“As minhas obras são um documentário da minha cultura Wanano e eu faço isso para que meus filhos e netos possam conhecer nosso povo com as minhas obras”, explica.

Dhiani Pa’saro também foi aluno do Instituto Dirson Costa de Arte e Cultura da Amazônia (IDC) e, constantemente, recebe pedidos para construir novos trabalhos.

Dhiani Pa’saro – Foto: Divulgação

Tradição e cultura

A dança tribal é uma das manifestações artísticas que também chamam atenção de várias pessoas ao redor do Brasil. Em Manaus, o grupo de dança Kariçu Mamaphia realiza apresentações com intuito de reviver a tradição de várias etnias do Amazonas.

O grupo tem sete anos de fundação e composto por jovens dos povos Tukano, Desano e Tariano. Ivan Menezes Barreto, da etnia Tukano, é o coordenador do Kariçu Mamaphia.

Ele disse que trabalha de acordo com as demandas de cada comunidade indígena. Durante entrevista ao Portal Tucumã, Ivan contou a sensação de poder trabalhar em prol da cultura indígena.

“Com isso posso difundir minha história, dos meus pais, avôs. É muito gratificante. Significa perpetuar meus conhecimentos, para que mais pessoas possam usufruir. É manter viva a luta de resistência da nossa cultura que além de rica é cheia de sabedorias”, contou.

Grupo Kariçu Mamaphia – Foto: Reprodução/Facebook

Ele ressaltou que sente orgulho em fazer parte de uma nação indígena e reforçou que faz parte da identidade cultural do Amazonas.

“O Estado do Amazonas é o que concentra a maior população indígena do Brasil. Essa estatística já demonstra grandiosidade. Portanto, os povos indígenas são a verdadeira identidade, os primeiros habitantes do Estado. Fora que com sua sabedoria e os ricos costumes, torna o estado único na matéria de riqueza cultural”, conclui.

Foto: Divulgação e Bruno Zanardo

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