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Mãe da universitária que sofria agressão e ameaça de morte pelo ex-namorado desabafa

“Ele não sabe o que é empatia, não sabe o que é fazer o bem a ninguém. Ele só visa dinheiro. Acha que está acima da lei porque é advogado e a mãe é juíza aposentada”
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A mãe da universitária Teresa Victória Mota Pinheiro, de 22 anos, que denunciou a violência doméstica vivida com o ex-namorado, disse, nessa quinta-feira (25), que nunca aprovou o namoro da filha e, que não tinha conhecimento do relacionamento abusivo, nem das ameaças que ele fazia a sua filha.

“Eu não gostava dele, não. Um homem grosso, que não gostava de mim, e eu percebi desde o início do relacionamento deles, que ele destratava minha filha. No entanto, quando eu estava próximo ele fingia que era uma pessoa carinhosa e tratava ela com menos arrogância”, revela Maria.

De acordo com Maria, Teresa Victória não compartilhava as humilhações que vivia, e que, inclusive, a mãe de Marcelo – uma juíza aposentada – é cúmplice do mal comportamento do filho, visto que presenciava as brigas e o nunca defendeu a nora, muito repreendeu Marcelo.

Ainda segundo os relatos da mãe da universitária, a própria mãe do Marcelo sugeriu que Teresa Victória fizesse uma viagem para outro estado, na região nordeste. A viagem seria para dá tempo de desaparecerem as marcas de agressão física que ele provocou na universitária.

“Ele não sabe o que é empatia, não sabe o que é fazer o bem a ninguém. Ele só visa dinheiro. Acha que está acima da lei porque é advogado e a mãe é juíza aposentada”.

Maria, entre desabafos, disse que ele intimidava Teresa o tempo todo, e que ela tinha que ficar dando informação de todos os passos que dava, e , que inclusive, ele não permitia que utilizasse as roupas mais curtas.

“No domingo ela saiu de casa para almoçar na casa de uma amiga e não retornou. Liguei e falei com ela por volta de 13h e estava tudo bem. Quando ela retornava para casa, ele mandou uma pessoa segui-la, e por medo, ela se sentiu na obrigação de ir até ele, pois ele dizia que iria matar a mãe dela. No fim da tarde, quando eu precisei falar com minha filha, o telefone dela estava fora de área. E a história é aquela que já foi contada.

Maria relatou que a filha está muito abalada, e que está tentando se recuperar do trauma, mas que está muito difícil para ela, que chora de soluçar.

Relembre o caso

A universitária Teresa Victória Mota Pinheiro, de 22 anos, denunciou o advogado Marcelo Oliveira Gonçalves, de 40 anos, por tentativa de feminicídio. O crime ocorreu na noite do último domingo (21) no bairro Aleixo, Zona Centro-Sul de Manaus,

Em depoimento à polícia, a jovem relata que foi agredida e chegou a desmaiar após ter sido estrangulada pelo homem, que não aceitava o fim do relacionamento.

Foi registrado um Boletim de Ocorrência (BO), na Delegacia Especializada em Crimes Contra à Mulher (DECCM)) que investiga o caso.

Para a imprensa, Victória conta que foi convidada por uma amiga para ir até um churrasco na casa dela. Quando decidiu ir, disse que não imaginava que estaria sendo perseguida pelo ex-namorado.

“Por volta de umas 14h, eu estava voltando para casa e recebi uma ligação dele falando que, caso eu não fosse para a casa dele, tinha um carro atrás de mim. Olhei e tinha o carro com a mesma cor e modelo que ele disse. Ele disse ‘caso você desvie o caminho, vai acontecer algo contigo’ e desligou”, disse ela.

Ela conta que teve que ir a casa dele e ao chegar lá, ele saiu para conversar no celular supostamente com a pessoa que a perseguia no veículo. Ele mandou ela ir pro banco de trás e sentou no banco do motorista.

“Ele começou a me chamar de vagabunda, de prostituta, de promíscua e disse como eu tinha coragem de sair de casa e não falar para ele. Eu fiquei em choque. Eu não sabia o que responder. Eu refutei e ele tentou ligar o carro. Eu puxei o freio de mão e ele enlouqueceu e veio para cima de mim”, explicou.

Ela ainda conta que o ex-namorado começou a agredi-la de várias maneiras, quando ela começou a gritar por socorro, ele se irritou e estrangulou dizendo “eu vou te matar”. Depois do episódio ela conta que desmaiou e acordou com a vizinha do homem tentando reanimá-la.

“Ela prestou os primeiros socorros e me acolheu na casa dela, ela é enfermeira. Ela ficou comigo até uma ambulância chegar e me acompanhou na ambulância. Ela que me ajudou, de fato”, disse Victória.

A delegada titular, Débora Mafra, da Delegacia Especializada em Crimes Contra à Mulher (DECCM), conta que Vitória foi até a delegacia ainda durante a noite de domingo, prestar queixa sobre o crime. Ela tinha marcas de agressões por todo o corpo e estrangulamento no pescoço.

“Ela estava toda machucada, principalmente o pescoço, os olhos. Ela estava com manchas vermelhas de sangue no olho, mordidas também pelo corpo e o pescoço muito marcado da esganadura que sofreu, além da fragilidade emocional”, conta a delegada.

A delegada ainda conta que após a vítima ter recebido atendimento no hospital, ela foi até a delegacia, onde passou por um exame de corpo de delito e registrou o BO. Na última segunda-feira (22), ela prestou depoimento sobre o caso e pediu medida protetiva contra o ex-namorado.

“A mãe dela também foi ameaçada por ele e pediu medidas protetivas. Depois do ocorrido, a mãe dela chegou a receber telefonemas dele em que foi ameaçada e ofendida por ele”, disse a delegada.

O homem foi notificado para prestar esclarecimentos na delegacia. Ele foi indiciado pelos crimes de tentativa de feminicídio, furto e ameaça. Até a noite de segunda-feira, ele não compareceu a delegacia.

Histórico de agressões

O advogado já havia sido denunciado pela jovem em fevereiro. Segundo a delegada Débora Mafra, na ocasião, ela registrou outro caso de agressão praticado por ele. A vítima retirou a denúncia, ainda conforme Mafra, após o suspeito oferecer um celular e um carro para ela ir para a faculdade.

Além de não aceitar o fim do relacionamento, a delegada comentou ainda que um dos motivos da agressão sofrida por Teresa, no domingo (21), também teve ligação com o carro dado por ele.

“Ele achou que ela estava na bagunça com o carro que ele tinha dado para ela ir para a faculdade. Ele também não aceitava o fim do relacionamento, tanto que mandava muitas mensagens o tempo todo para ela e telefonemas”, finalizou a delegada.

Victória contou que já havia terminado o relacionamento com Oliveira em dezembro de 2020. Apesar do término, ela disse que ele continuou a enviar presentes para ela e insistir em manter contato com ela.

“Eu tenho pena. É uma pessoa vazia. Não tem Deus no coração. Não tem a razão. A pessoa não sabe escutar o não de uma mulher e ter coragem de querer matar, sabendo que tem mais força. É uma covardia que não tem sentido. Eu não desejo o mal dele, só que a justiça divina tome conta. Eu ia morrer e não tinha ninguém”, lamentou a jovem.

Leia também: Unidades de Saúde em Manaus voltam a atender pacientes de outras doenças que não sejam suspeitos de covid-19

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