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Marco histórico: Editora Valer comemora 2 mil publicações

2 mil obras publicadas, livros que vão desde Direito, Literatura, pesquisas científicas
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(Foto: Divulgação)

Manaus (AM) – Nesta terça-feira, dia 25 de julho de 2023, a Editora Valer conquistou um marco histórico no mercado editorial do Brasil: completou 2 mil obras publicadas, livros que vão desde Direito, Literatura, pesquisas científicas e sobre as diversas Amazônias.

Há quase 30 anos no mercado, a Valer sempre esteve no imaginário e na estante do amazonense, principalmente, por conta da livraria, onde reuniam-se intelectuais e pesquisadores de todo o Amazonas.

De acordo com a coordenadora editorial da Valer, professora doutora Neiza Teixeira, chegar nesse patamar não é para qualquer editora, ainda mais com a qualidade e o carinho com que a Valer edita os livros. “Esse fato é motivo para celebração, porque não é novidade as dificuldades do mercado editorial. Para nos mantermos, é necessário que tenhamos amor pelo que fazemos e crença que servirá para transformar o mundo.”

Para se ter uma ideia, o primeiro livro editado e publicado pela Valer, foi um intitulado, ‘Constituição e Código Tributário do Amazonas’, organizado pelo Ronnie Frank Torres e Francisco Luciano Nunes, em 1995; o segundo, ‘Turismo e Comunicação’, do Otto Beltrão, em 1996; ‘O adeus de Diana’, de Elson Farias, em 1996; o quarto, ‘Além uma estranha caminha’, de Nepioy e Pitochoy Mlaj, de 1997; ‘Os Bucheiros – um memorial de infância, de Álvaro Nonato, de 1997, e o sexto (o primeiro da famosa coleção RESGATE e quando começa a parceria com Tenório Telles, ‘Ritmos de Inquieta Alegria’, de Violeta Branca.

Essa parceria foi importante para Valer, segundo Neiza, porque trouxe a público obras que estavam fora do mercado editorial, o que causava transtornos, por exemplo, para os estudantes de Letras da Universidade do Amazonas, porque não as podiam ler. Podemos dizer que, a partir de então, a Valer foi aprofundando a sua linha de publicações sobre as Amazônias.

Novos livros e nova livraria

Outro marco da editora em 2023, foi que recentemente, selecionou 20 novos títulos para serem publicados sem custos para autores, e ainda com a primeira tiragem com 1 000 exemplares. E isso mostra o quanto a Valer preza pela qualidade da escrita e relevância do que se é produzido no Amazonas e sobre a Amazônia.

Ainda segundo a coordenadora editorial, que fez parte do conselho para escolher os melhores textos, a busca por novidades é o que faz uma editora respirar e não parar. “A Valer é um projeto de vida, por isso, a perspectiva é que ela continue, sempre”.

Além das publicações, a editora vai inaugurar a livraria, Valer Teatro, no Largo São Sebastião, também no segundo semestre desse ano.

Confira agora uma entrevista com o editor e big boss da editora Valer, Isaac Maciel:

Pergunta: Quando a editora Valer alcança mais de duas mil publicações, o senhor destaca alguma obra ou obras como as mais importantes?

Isaac: Eu não julgo as obras em si, nem os autores, nem a relevância delas, porque a partir do momento que a gente faz é porque considera que tem relevância. Então, tem um uns livros que o público dá mais importância de acordo com os seus interesses. Mas, para a editora, para o meu entendimento todas as obras são importantes. Esse é o meu entendimento. Eu acho que o mais importante nesse processo são três aspectos. Primeiro, a resistência, porque foram vários obstáculos encontrados na caminhada, o que, de certa maneira, é natural. Segundo, é prestigiar a literatura que se produz no Amazonas e os temas relacionados com a Amazônia. E o terceiro, a possibilidade de resgate de obras que estavam fora do contexto de disponibilidade para as pessoas.

Pergunta: No contexto nacional, sendo a editora, como o senhor diz, de resistência, que eu entendo em dois sentidos: resistência pela sobrevivência como editora e resistência numa posição política que a ela sempre assumiu. No contexto político, na conjuntura econômica, social, cultural, o que que o senhor pensa com relação a isso?

Isaac: Olha, com relação ao mercado em si, eu nunca estabeleci uma preocupação muito grande, porque se estabelecesse pararia, já que, de certa maneira, nós somos, como editora, um braço distante do eixo de produção. Então, tem aí as editoras que produzem no eixo Rio-São Paulo e que predominam com grande público, em geral, e, à parte, nós fomos fazendo como se aqui fosse um universo separado. E dentro desse universo nós continuamos e persistimos e avançamos e chegamos até aqui. A partir disso, é que a obra reverbera para o mercado já estabelecido. A partir dessa compreensão local e importância com que ele se estabelece na abordagem local, é que outras praças começam perceber a nossa produção, e hoje estamos em São Paulo, no Rio, no Nordeste, em vários lugares temos obras que fazem parte da bibliografia de diversos cursos pelo Brasil.

Pergunta: E com relação ao sentimento, agora, com a publicação de duas mil obras, e pelo texto que o senhor publicou nas suas redes sociais, vê-se que é um momento muito importante. Qual é o seu sentimento diante do que fez, e o quê pretende fazer?

Isaac: É aquela sensação de ter conseguido, na caminhada, chegar até aqui, com muitas oportunidades para parar. Parar, por aí, que já tá bom, mas não, meu norte é seguir em frente, independente se isso dá lucro, ou não; independente se é reconhecido; independente das circunstâncias, continuar sempre. Já ultrapassamos, duas mil publicações, já estamos em dois mil e dois… e três. Na próxima semana já serão mais. Se for possível, nós chegaremos aos três, aos quatro. Se não for, pelo menos esse marco foi alcançado.

Pergunta: E como o senhor se vê como o editor Isaac Maciel?

Isaac: A minha vida toda foi envolvida com o livro. Eu comecei com o livro antes dos 18 anos, e agora, já com 63, faça as contas. Então, é assim faz parte de mim, eu não consigo me imaginar numa outra atividade, fazendo uma outra coisa que não esteja relacionada com o livro. O livro nas suas mais diversas formas, porque, tanto já trabalhei comerciando, distribuindo, produzindo, lendo, armazenando. Ou seja, eu penso que, praticamente, em todos os aspectos da cadeia produtiva do livro, eu já estive. Inclusive, com a criação da CAL, que é a Câmara Amazonense do Livro, e dele sendo o primeiro presidente. Mas nada disso me faz dizer: Ah, eu sou melhor por isso ou por aquilo, não. Mas, estar envolvido nisso me completa com um resultado orgânico. Como, diariamente, é levantar-se, é se asseiar, é ir trabalhar, é voltar para casa. Ou seja, é dentro de uma rotina que eu batalho essa questão do livro no Amazonas e no Brasil.

Pergunta: Bom, o senhor leu ‘O Infinito numa folha de junco’, aquele livro sobre o livro. Como é que o senhor vê, trabalhando com o livro, o futuro dele? O senhor trocaria o livro pelo ecrã do computador, pela tela do celular?

Isaac: Olha, isso é algo que provoca uma série de interpretações e algumas equivocadas, a meu ver. Porque o suporte para ler o livro não importa se ele é no papel ou se ele é eletrônico. Para mim, independe. Porque não existe o livro no suporte eletrônico se ele não for produzido. Entendeu? Então, para mim, independente dele ser impresso em plástico, em pedra, eletrônico, no papel, audiolivro ou qualquer outra tecnologia, ele precisa ser produzido. Para ele ser produzido, precisa que alguém conceba a mensagem; que a editora organize essa mensagem. Depois, a saída pode ser em qualquer uma dessas tecnologias. Então, as tecnologias, a meu ver, não ameaçam a existência do livro. É apenas o suporte. E a este nós nos adaptamos. Esse é o papel da editora. Por exemplo, todos os nossos livros, com certo atraso, vão sair agora em e-book. Todos os nossos livros…

Pergunta: O que é que pode, em perspectiva, atrapalhar o livro? Por quê?

Isaac: Talvez a inteligência artificial. Porque ela impõe, não apenas ao livro, mas a uma série de outras áreas do conhecimento, um desafio de compreender o que pode ser feito a partir da pesquisa e do conhecimento humano diante da possibilidade da compilação de dados pela inteligência artificial, que pode, de repente, oferecer um belo poema sem ter sido concebido pelo poeta. Então, isso é um desafio que eu acho que se põe e que impõe a necessidade de o setor estudar os seus limites. Atualmente, nos Estados Unidos, há uma greve dos produtores e roteiristas em decorrência do emprego da inteligência artificial com relação à produção cinematográfica. Não vejo nenhuma discussão na área da produção intelectual de livros, pesquisas e afins. Isso eu acho que é o desafio dos próximos tempos.

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