O senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) criticou nesta 3ª feira (3.ago.2021) o pedido feito pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado de quebra de sigilo bancário da rádio Jovem Pan. Mais cedo, o colegiado afirmou ter sido um equívoco e retirou da pauta.
Segundo o congressista, mesmo com a comissão voltando atrás, o “dano já está praticado”. Em uma série de críticas ao colegiado, Marcos atacou particularmente o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), que apresentou o requerimento de quebra de sigilo da rádio por ser, segundo ele, “grande disseminador de fake news” sobre a pandemia de covid-19.
“Ao longo da minha carreira como jornalista, dos elementos que mais garantiam a efetividade da função do jornalista, era que, para se chegar a uma matéria jornalística investigativa, muitas vezes, o bom jornalista vale de um elemento fundamental nesta relação: de confiança entre o profissional e seu entrevistado”, afirma o senador ao defender o sigilo da fonte.
Para o congressista, trata-se de uma garantia constitucional que não foi respeitada por Renan no momento do pedido. Segundo ele, mesmo a CPI tendo recuado, “já é uma agressão por si só a apresentação do requerimento”.
Ao citar o fundamento do documento, Marcos afirma que o colegiado está “transformando a CPI da pandemia na CPI da fake news”. Ele classifica a atitude de Renan como “lamentável”. “Essa é uma agressão monumental a um dos pilares da democracias [a liberdade de imprensa]”.
Em determinado momento, a senadora Eliziane Gama interrompe Marcos para lembrar que o requerimento não estava mais na pauta da CPI. “Trabalhei e atuei no jornalismo por 10 anos, antes de entrar na vida pública, e eu mais que entendo isso. Quero dizer apenas que o senador Renan Calheiros retirou o pedido. Vossa excelência esta querendo criar um fato e polemizar uma situação que não tem mais o que polemizar”.
A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) compartilhou em seu Twitter um vídeo com o momento da fala do senador Marcos Rogério. Na legenda, escreveu que Renan cometeu “um ato de flagrante intimidação, censura e inconstitucionalidade”.
CPI e o Reverendo
Em seu twitter, Marcos Rogério defendeu ainda que “A CPI continua andando em círculos. Hoje tivemos um depoimento que não acrescentou nada aos trabalhos da Comissão. Mais cedo, ele defendeu: “Apenas com depoimento do reverendo Amilton, não dá para afirmar se ele foi vítima ou partícipe de uma tentativa de golpe junto ao Governo Federal”.
Com informações via Poder360
Leia também: Bolsonaro afirma que valor do Bolsa Família pode dobrar
